António Nogueira apresentou-se na Rampa Serra da Estrela, prova de abertura do Nacional de Montanha da presente temporada, com o objectivo de procurar a vitória nas duas categorias. O piloto da Régua procurava tirar partido do facto de já ter corrido na Rampa da Serra da Estrela, mas contava, à partida, com a oposição forte do Ford Escort de Ferreira da Silva (na categoria 1) e do Porsche 911 de António Barros (na categoria 2).
Em termos técnicos, o Escort BDA de António Nogueira não apresentava nada de novo, ao contrário do Audi, que sofreu consideráveis evoluções técnicas. O carro esteve na Alemanha, para uma profunda revisão ao motor e outros órgãos mecânico, passando agora a debitar 750 cavalos.
Contudo, a prova veio confirmar os maiores receios do piloto da Régua, já que tanto Ferreira da Silva como António Barros acabaram por se apresentar na sua máxima força e rodaram muito rápidos, impedindo que António Nogueira pudesse chegar ao lugar mais alto do podium em ambas as categorias, restando ao piloto transmontano a consolação de dois segundos lugares, que se traduziram no segundo e quarto lugar à geral.
Na categoria 1, Ferreira da Silva e o seu Ford Escort cedo mostraram que estavam na Serra da Estrela para ganhar, e por isso aceleraram a fundo para superar a oposição do Audi de António Nogueira, que se debatia com alguns problemas de tracção. Logo nos treinos, o piloto da Régua constatava que não conseguia "colocar toda a potência do carro no chão", mostrando-se, no entanto, esperançado quanto às subidas da prova.
Já na manhã de domingo, com as subidas a valer, Ferreira da Silva impunha a sua lei, e acabaria por vencer a rampa, logo seguido pelo Audi de António Nogueira, que continuava a debater-se com os problemas que o atingiram na véspera. O mesmo não se passou com o seu Ford Escort BDA, que viria a terminar logo atrás do Porsche 911 de António Barros, que fez uma prova isenta de erros. Aliás, a luta entre António Nogueira e António Barros foi muito interessante de ser seguida.
No final, António Nogueira mostrava-se satisfeito quanto ao conjunto de resultados, mas não deixou escapar alguma frustração, acreditando que, sem os problemas mecânicos que o afectaram, poderia ter levado o seu Audi Sport Quattro ao primeiro lugar da classificação geral. "O carro estava bom, embora tivesse imensas dificuldades em tirar partido de toda a sua potência. Isto já para não falar dos problemas que nos afectaram no decorrer da sessão de treinos. Este problema de tracção vai ser resolvido o mais rápido quanto possível, e só espero que o carro esteja em condições na próxima prova". Em relação ao Ford Escort, o piloto mostrou-se bem mais satisfeito. "Não tive os problemas que me afectaram nas últimas corridas em pista. Mesmo assim, era difícil passar o Porsche do António Barros. A verdade é que tentei, mas penso que não valia a pena arriscar mais, já que este carro está a correr em duas frentes distintas". De lembrar que o Ford Escort BDA é o carro com que António Nogueira faz o Nacional de Velocidade/Clássicos, prova que prossegue já este fim-de-semana com a realização do circuito Braga II.
Paralelamente, a Serra da Estrela acolheu também mais uma jornada do Europeu de Montanha, sendo esta, após a extinção da Rampa da Falperra, a máxima representante portuguesa na modalidade.
Esta edição da Rampa Serra da Estrela, atraiu largos milhares de espectadores (mas não tantos como na Rampa da Falperra), na qual as barchetas presentes deliciaram os espectadores, e onde Franz Tschager dominou as "operações", tendo sempre a oposição de Regosa e Kramsk, todos eles ao volante dos Osella P 20.
Em termos de vencedores à geral, Franz Tschager, ao volante do seu Osella PA 20, não cometeu qualquer tipo de erro e não deu qualquer tipo de chance à sua mais directa concorrência, enquanto o seu mais directo adversário, Giulio Regosa, arrebatou o segundo lugar.