Um concerto comentado com o maestro António Victorino dAlmeida e uma ópera a partir do romance «Amor de Perdição», de Camilo Castelo Branco, são destaques do Festival de Ano Novo de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O evento, conhecido como FAN, foi apresentado ontem e vai decorrer durante todo o mês de Janeiro nas cidades de Vila Real, Bragança e Chaves. Tem um orçamento de 70 mil euros, suportados pelas três parceiras da organização: os teatros das duas sedes de distrito e a Associação Chaves Viva.

Ao contrário do que aconteceu com o Festival Douro Jazz, realizado em época de vindimas, a intenção da organização passa pela \"consolidação do evento e não pelo crescimento do ponto de vista quantitativo\", nota Vitor Nogueira, director do Teatro de Vila Real. Por isso, já se daria por satisfeito se o FAN conseguisse captar uma audiência a rondar os \"três mil espectadores\".

O Festival de Ano Novo pretende promover o turismo cultural em Trás-os-Montes e Alto Douro, e ser \"capaz de fazer circular o público da região e, se possível, algum que venha de fora dela\". No fundo, também, \"desdramatizar o mais possível o acesso à música erudita\".

Sob o lema \"música séria para gente divertida\", o cartaz do FAN engloba 24 concertos, 10 dos quais para um público infanto-juvenil, registando-se, refere Vitor Nogueira, \"um investimento acrescido ao nível da qualidade e envergadura dos espectáculos\".

Uma das apostas desta edição é uma ópera encenada a partir do romance \"Amor de Perdição\" de Camilo Castelo Branco. Estão directamente envolvidos no espectáculo 106 pessoas, entre solistas, músicos, bailarinos e coro. Uma produção \"importante\" do reportório do canto lírico português, mas que \"está há décadas fora dos palcos\".

O maestro António Victorino dAlmeida volta às três cidades transmontanas para integrar um concerto comentado, que para além dos comentadores presentes no palco pode envolver a plateia.

Vitor Nogueira destaca ainda uma dezena de \"concertinhos\" que são dirigidos aos mais novos. Têm uma componente \"pedagógica\", já que \"promovem o seu contacto com sonoridades agradáveis e mágicas\".



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