A Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Real, vai sofrer obras de requalificação na ordem dos 10 milhões de euros, uma reivindicação antiga que começa a ser cumprida no 175.º aniversário da história da instituição.
“Brevemente será cumprido o sonho de reabilitar esta escola icónica de Vila Real”, afirmou hoje o presidente da Câmara, Rui Santos, que falava na conferência de imprensa de apresentação das comemorações dos 175 anos da história do “liceu” que arrancam no dia 16 e se prolongam pelo ano inteiro.
O autarca explicou que está a ser ultimado o projeto preliminar da “revolução que acontecerá ao nível das instalações” daquele estabelecimento de ensino, localizado no centro histórico da cidade.
“Será mantida a traça que conhecemos e que povoa memórias daqueles que por aqui passaram, mas simultaneamente o liceu passará a estar dotado de melhores salas de aula, de melhores equipamentos, e estamos a desenvolver os nossos melhores esforços para que também esteja incluído, finalmente, um pavilhão desportivo adequado às necessidades da escola”, salientou Rui Santos.
O presidente acredita que esta será a “melhor prenda de aniversário” que se poderia oferecer a esta comunidade escolar.
“A escola está às portas da vila, está inserida numa zona muito complexa em termos arqueológicos, essa circunstância limita o projeto, não queremos ter problemas que impeçam que a obra possa decorrer dentro da normalidade. Apesar do acompanhamento arqueológico obrigatório será sempre complexo e limitativo. Apesar disso, estamos a tentar encontrar soluções que permitam dotar a escola de todas as condições que hoje são exigíveis”, sublinhou.
O liceu foi criado em 1848, as obras de construção do edifício atual foram iniciadas em 1932 e concluídas em 1943 e, devido ao aumento da população escolar, em 1978 foi construído um pavilhão prefabricado, com caráter provisório, mas que se mantém em funcionamento até hoje.
O autarca acrescentou que esta escola é das “36 que, a nível do país, mereceu prioridade para que seja intervencionada".
“É um processo difícil, complexo e que inevitavelmente vai demorar algum tempo, e, quando as obras se iniciarem, provocará óbvios constrangimentos”, apontou.
Rui Santos disse desejar que a obra comece ainda em 2023, mas ressalvou que ainda há muitos passos para dar. O estudo preliminar vai, nas próximas semanas, a aprovação em reunião de câmara, terá depois de ter parecer favorável de entidades como o Ministério da Educação, Direção Regional de Cultura do Norte ou Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, depois será lançado o concurso público internacional e o projeto terá ainda de ter visto do Tribunal de Contas.
“Estamos na expectativa de que o quadro comunitário, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou outra fonte de financiamento, isso é uma responsabilidade do Estado Central protocolar com o município, seja o mais depressa possível disponibilizado para podermos lançar o concurso público”, salientou, acrescentando que o financiamento ultrapassará os 10 milhões de euros.
A diretora da escola, Helena Correia, sublinhou que as “obras são um bom presente” e “são necessárias”.
“É um edifício antigo, temos algumas situações de infiltrações, as canalizações são antigas, não obstante tudo ser feito para manter o conforto necessário para que os alunos se sintam cá bem”, exemplificou.
Helena Correia disse que as comemorações dos 175 anos da história do “liceu” arrancam a 16 de março, dia do aniversário do patrono, o escritor Camilo Castelo Branco (1825-1890).
Nesse dia decorre a sessão solene, haverá um concerto pela orquestra que junta alunos, professores e funcionários, e depois, ao longo do ano, realizar-se-ão conferências proferidas por antigos alunos, exposições sobre a história da escola, que irão revelar “documentos únicos” e primeiras edições de livros, sendo que o programa ainda está em construção.
A primeira conferência decorre a 17 de março e terá como convidado o embaixador Seixas da Costa.
A escola tem 920 alunos, entre os 7.º e 12.º anos, 130 professores e 36 funcionários.
As comemorações são promovidas pelo estabelecimento de ensino com o apoio do município.
Foto: AP