A Fata está a trabalhar na constituição de uma Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Trás-os-Montes e Alto Douro, tendo como objectivos já estabelecidos \"fomentar o espírito de investimento e empreendimento na região e mobilizar e agregar os agentes que intervêm no seu desenvolvimento\".
O papel desta nova entidade poderá vir a passar pela definição de estratégias de intervenção e pelo estabelecimento de parcerias de lançamento de projectos de interesse regional, assim como por acções de promoção e apoio ao investimento, pelo apoio técnico às empresas e pela criação e promoção de empresas e instituições de interesse regional.
Num plano \"imediato\", a Fata avança como medidas possíveis a criação de redes estruturadas ao nível das áreas protegidas e da reciclagem de resíduos sólidos não urbanos, a elaboração de um plano global de formação profissional para toda a região, a criação de um fundo de capital regional, a gestão de um programa cultural comum, a criação de uma central de informação regional territorial e económica e a elaboração de um programa de reforço da capacidade de iniciativa empresarial, onde se poderia incluir, avança a federação, uma incubadora de empresas.
O presidente da Fata, Abreu Lima, explicou ao DTOM as \"dificuldades\" derivadas da \"transversalidade cada vez maior da economia\", em que os diversos sectores de actividade \"extravasam e se tocam uns aos outros\". Este é outro facto que está por trás da iniciativa, que se propõe \"definir uma estratégia de desenvolvimento\" para a região. Uma estratégia que, sublinha Abreu Lima, \"o Estado não tem\", uma vez que \"na sua estratégia nacional, não tem em conta as especificidades desta região\".
Para Abreu Lima, a situação também deverá evoluir no sentido do \"reforço das competências das autarquias\", que se pretende que venham a ser parceiras em todo o processo de desenvolvimento da ADR, ao lado das restantes \"organizações representativas\" da região.
A ideia subjacente a este intento \"não é nova\", admite Abreu Lima, mas é a primeira vez que ela é alargada \"a toda região\", sublinha. Uma aspiração à unidade regional fortemente vincada ao longo dos três dias do III Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro. Neste sentido, \"não poderia ter havido maior consonância\" entre o projecto da ADR e aqueles três dias de reflexão, considera Abreu Lima, ele próprio membro da comissão executiva do Congresso.
O presidente da Fata considera que o Congresso acabou por ver alcançados dois objectivos: a \"agregação\" dos transmontanos residentes e na diáspora, e a conclusão de que \"só com um território pensado em conjunto poderemos traçar objectivos que individualmente não conseguiremos\".
Contactadas já algumas entidades, e tendo-se todas elas revelado \"receptivas\" ao projecto\" e manifestado o seu \"apoio de princípio\", Abreu Lima julga ser possível concluir até ao fim do ano a constituição da ADR de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Entretanto, uma reunião com organizações regionais está já agendada. \"O pontapé de saída está dado, agora, é necessário trabalhar\", conclui o dirigente associativo.