Neste momento, uma das necessidades da Escola Secundária do Rodo, na Régua, é a aquisição de material informático. Este estabelecimento de ensino possui uma vinha com sete hectares e é responsável pela sua produção, pelo que consegue extrair daí algumas verbas, destinadas a investir no melhoramento das condições da escola. Sendo assim, estão disponíveis 75000 euros para comprar 25 computadores. No entanto, apesar de ter verba suficiente, a escola não pode fazer esta aquisição, devido a uma proibição instituída pelo despacho do Ministério da Educação número 15768 de 11 de Julho deste ano.
Segundo este documento do Governo, ficam suspensas \"a aquisição de material e equipamento informático (hardware e periféricos) e de aplicações informáticas e utilitários (software)\", devido \"à enorme variedade e disparidade de soluções informáticas adoptadas pelos diferentes serviços centrais, regionais e tutelados do Ministério da Educação, no que respeita à aquisição de material e equipamento informático, de aplicações informáticas e de serviços especializados, que impõe uma apreciação rigorosa da situação\".
A Escola Secundária do Rodo possui apenas nove computadores para os 370 alunos que aí estão matriculados. O que faz com que, em cada aula, esses computadores tenham que ser \"repartidos\" por 28 alunos. Uma situação que o presidente do conselho executivo desta escola, Salvador Ferreira, considerada \"insustentável\".
Contudo, perante esta proibição, a direcção da escola nada pode fazer. Salvador Ferreira garante que irá \"insistir junto do Ministério da Educação para ver se realmente não haverá possibilidade de investir o dinheiro em material informático\". Mas, caso a proibição permaneça, a escola pretende investir a quantia noutra área. Até porque o laboratório também permanece vazio, \"à espera que o Governo dê ordem para comprar o material e o financie, visto que exige um investimento elevado\".
\"Números não correspondem à realidade\"
Por outro lado, a Escola Secundário do Rodo está \"revoltada\" com o lugar do \"ranking\" que lhe foi atribuído, depois de serem avaliadas 619 escolas nacionais. Este estabelecimento de ensino ficou colocada na 601ª posição.
Considerada pela OCDE, no ano 2000, como uma das melhores escolas do mundo em termos arquitectónicos, esta escola foi agora apanhada de surpresa\". Segundo Salvador Ferreira, \"esse lugar não corresponde à realidade\". Isso aconteceu \"porque muitos alunos da escola profissional vêm fazer o exame de ingresso à universidade a esta escola, e as notas baixas que eles têm acabam por influenciar a nossa média escolar\", explicou o presidente do conselho executivo. Esta situação poderá acontecer, acrescentou, por \"algumas das matérias a exame não corresponderem à matéria dada por esses alunos, ou ainda por os alunos apenas fazerem determinados exames porque necessitam de o fazer, seja qual for o resultado obtido\".
Salvador Ferreira admite que o facto de ter ficado entre as piores 19 escolas do país acaba por \"denegrir\" imagem deste estabelecimento de ensino. \"Desde que existimos\", sublinha, \"temos tentado dar uma boa imagem, de forma a conquistar jovens da Régua e da periferia\". Agora, este resultado, \"mesmo sendo falso, acaba por sujar a nossa imagem\", conclui.
A Escola Secundária do Rodo acredita por isso que a sua imagem \"foi denegrida pelos resultados obtidos pelos alunos da escola profissional\". E Salvador Ferreira lembra que a média desta escola na disciplina de matemática \"acabou por ser superior à média nacional em cerca de três valores\". Por esse motivo, e de forma a \"não sujar de novo a imagem da Escola do Rodo\", a direcção da escola gostaria que, em próximas avaliações, as médias dos alunos que não pertencem à escola não seja somada à dos alunos da escola onde os exames se realizam. Uma situação que acontece em muitas outras escolas do país.