O projeto "Modelvitidouro" desenvolveu uma aplicação que ajuda a prever a produção vitivinícola da Região Demarcada do Douro com base em dados meteorológicos, que são analisados diariamente durante o ciclo vegetativo da videira, disse hoje fonte envolvida na iniciativa.
Os resultados do projeto, que termina este ano e tem como parceiras as adegas cooperativas de Favaios, Mesão Frio e Freixo de Espada à Cinta, vão ser apresentados sexta-feira no âmbito do "Open day Modelvitidouro", que vai decorrer no Regia Douro Park -- Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real.
Esta ferramenta foi desenvolvida por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
João Santos, investigador do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da UTAD, afirmou à agência Lusa que esta aplicação permite "um acompanhamento em tempo real, numa escala diária, da evolução das condições meteorológicas" e da "previsão de produção".
Desde o início do ciclo vegetativo da planta, entre a primavera e a vindima, o modelo fornece estimativas de produção tendo em conta as condições meteorológicas.
O que, segundo o investigador, traz benefícios ao nível da gestão das práticas agrícolas ou da gestão dos 'stocks' das adegas.
"Trata-se de uma ferramenta de apoio", frisou.
João Santos referiu que o modelo, para esta vindima, previa uma diminuição da produção, tendo em conta as condições meteorológicas, o que se veio a verificar.
"No 'Modelvitidouro' temos um modelo de produção e algumas informações úteis para os viticultores ao nível do risco de doenças na vinha, que vamos calculando e vamos dando essa informação num boletim trimestral".
O investigador disse que o modelo está pronto para ser utilizado, no entanto, ressalvou que pode ir sofrendo ajustes no futuro, conforme as observações e o histórico for aumentando, de forma a aproximar-se "cada vez mais da realidade".
O "ModelVitiDouro" foi promovido pela Adega Cooperativa de Favaios e financiado pelo programa Proder em 140 mil euros.
Durante o 'open day' de sexta-feira vão ainda ser debatidos os novos desafios para a viticultura num clima em mudança.
Este dia aberto conta com a participação de especialistas internacionais na área das alterações climáticas e da vitivinicultura, nomeadamente o professor norte-americano Gregory Jones e Nuno Magalhães, da UTAD.