O Governo anunciou hoje um pacote de meio milhão de euros para o início, a curto prazo, da recuperação e consolidação da área ardida nos incêndios florestais que afetaram os concelhos de Bragança, Miranda do Douro e Vimioso.

“Nos próximos dias pretendemos concluir os trabalhos de levantamento dos prejuízos e danos provocados pelos incêndios e colocá-los na respetiva Unidade de Gestão, para abrir avisos concretos, para que os municípios possam candidatar-se com 100% de financiamento para implementar a estratégia técnica apurada pelas nossas equipas, com uma dotação inicial de 500 mil euros para os três concelhos afetados”, explicou o secretário de Estada da Florestas, Rui Ladeira.

Este anúncio, feito após uma reunião em Miranda do Douro, no distrito de Bragança, que juntou autarcas, Autoridades Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), bombeiros, GNR, juntas de freguesia, associações florestais entre outras entidades, para fazer um ponto de situação ao incêndio deflagrou no passado dia 10, na União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, em Vimioso, e que depois se alastrou as freguesias vizinhas de São Martinho, Angueira e Cicouro, em Miranda do Douro.


“Estamos a falar de uma área ardida próxima dos 2.000 hectares, que trouxe impactos muito relevantes e que nós identificámos e ouvimos, para dar resposta para se fazer um trabalho conjunto, não só curto prazo como a médio e longo prazo, porque o impacto de um incêndio não se pode medir só no momento”, vincou o secretário de Estado das Florestas.

O Governante demonstrou ainda preocupação no restauro da biodiversidade e das captações de água nestes territórios afetados pelo fogo.

“É necessário fazer uma estabilização de emergência daquilo que são as cinzas que podem contaminar os recursos hídricos e captações de água como é o caso do concelho de Vimioso”, frisou Rui Ladeira.

No terreno estão já em curso trabalhos de recuperação de caminhos agrícolas, consolidação do terreno, limpeza de pontos de água os quais estão a ser levados a cabo por elementos do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

O montante de 500 mil euros anunciados pelo Governo para esta primeira fase vai até novembro, sendo distribuídos 300 mil euros para os concelho de Miranda do Douro e Vimioso e 200 mil euros para o incêndio que deflagrou na mesma altura no Parque Natural de Montesinho (PNM), no concelho de Bragança.

“Este montante poderá ter alguma oscilação, visto que ainda não temos os resultados finais de todo o levantamento”, explicou o governante.

No que diz respeito ao incêndio no PNM, o relatório foi definido na mesma dimensão do que aconteceu nos concelhos de Miranda do Douro e Vimioso.

“Tivemos o mesmo foco na minimização dos impactos quer ambientais e do todo o ecossistema que tem de ser acautelado. Estamos a falar de uma área ardida de cerca de 500 hectares”, disse.

Só nestes dois incêndios foram consumidos cerca de 2.500 hectares de floresta, soutos, mato e áreas agrícolas.

No combate ao fogo que deflagrou na União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, em Vimioso, estiveram envolvidos ao longo de três dias cerca de 625 operacionais que foram apoiados por 207 veículos, 11 máquinas de rasto e 17 meios aéreos portugueses e espanhóis.

Apesar do “ataque musculado”, o fogo acabou por alastrar a São Martinho de Angueira e Cicouro, já em Miranda do Douro, causando sobressalto nestas aldeias raianas, dada a intensidade das chamas e as mudanças repentinas do vento.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) classificou na quarta o incêndio que deflagrou no dia 10 de agosto no concelho de Vimioso, como o maior registado desde janeiro.

No incêndio do PNM estiveram, durante três dias, envolvidos 621 operacionais, 217 veículos, quatro máquinas de rastos e 12 meios aéreos.



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