Os moradores da Fonte Seca, em Freixo de Espada à Cinta, uma das zonas mais afectadas pela enxurrada verificada no passado dia 9 de Setembro, mostram-se preocupadas com as chuvas intensas que têm caído nos últimos dias. Temem que algumas paredes de habitações possam vir a ruir.

A má drenagem das águas pluviais que desaguam num ribeiro que corre junto a algumas habitações pode igualmente voltar a causar estragos. O alerta foi deixado por Maria Bata, proprietária de um café. \"Tenho andado muito nervosa, já que chuva tem sido muita. Tenho medo que o café volte a ser inundado, já que a água vem toda para aqui. Avisei a Câmara, mas aqui ainda não foi feita nada para que a água tenha melhor escoamento. E a enxurrada já foi há um mês e meio\".

As críticas vão subindo de tom, uam vez que o governador civil de Bragança tinha anunciado ajudas para seis famílias afectadas e mais carenciadas, num universo de 21 casos identificados pela Segurança Social.

\"O pouco que vai ser atribuído pela Segurança Social, devia ser mais repartido. Estou a pagar o recheio da minha casa, que foi destruído ou danificado. Não tenho nada a agradecer ao Governo, ainda não vi ajuda nenhuma. As técnicas da Segurança Social nem por minha casa passaram\", lamenta Hirondina Monteiro.

Este foi um cenário que a comissão directiva da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) encontrou, ontem, em Freixo de Espada à Cinta, durante a visita que efectuou as zonas da vila mais assoladas pela intempérie.

No entanto, a ANMP decidiu reclamar junto do Governo a criação a criação de duas linhas de crédito bonificado, destinadas a ajudar à recuperação dos estragos causados pela enxurrada.

Segundo Fernando Ruas, presidente da ANMP, a reunião em Freixo de Espada à Cinta serviu para a ampliar a voz do presidente da Câmara e abrir portas para que a situação seja resolvida.

No entanto, o preseidente José Santos reclama, para além das linhas de crédito, mais apoios do Governo, já que o orçamento da autarquia é de apenas seis milhos de euros.

O JN contactou Jorge Gomes, governador civil de Bragança, para que comentasse os resultados da reunião, mas este mostrou-se indisponível.

De recordar que foram afectados directamente 53 viaturas e 20 habitações, num total de 180 famílias. Os prejuízos rondam os quatro milhões de euros.

A reunião da comissão directiva da ANMP abordou ainda outros temas, como a lei das finanças locais e a questões relacionadas com os lixos e urgências.



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