Comerciantes e produtores do Douro consideram que a subida do IVA do vinho para os 23 por cento, sugerida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) será \"desastrosa\" para a região e traduzir-se-á numa quebra imediata nas vendas.
O FMI refere num relatório publicado sexta-feira e que acompanha a sexta avaliação do programa de ajustamento português, que alguns dos bens e serviços que estão atualmente nas taxas reduzidas e intermédia não são de necessidades básicas, tais como o vinho.
Neste caso sugere que a taxa, atualmente nos 13 por cento, poderá passar para os 23 por cento.
Estas notícias lançaram grandes nuvens de preocupação sobre a Região Demarcada do Douro, onde os vinhos do Porto e Douro representam cerca de 480 milhões de euros anuais de volume de negócios.
António Saraiva, da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), afirmou à agência Lusa que, se o Governo acatar a sugestão do FMI, esta subida significará uma \"quebra imediata nas vendas\"
\"Numa altura em que o Governo demonstra que há uma certa aposta no setor primário, nomeadamente na agricultura, tudo que vá originar quebras de vendas será desastroso\", salientou.
António Saraiva espera que prevaleça o \"bom senso\" para que não se penalize mais este setor que já atravessa tantas dificuldades.
Para os pequenos e médios produtores durienses esta subida iria \"complicar ainda mais\" uma situação que \"já é dramática\".
\"Não temos dúvidas de que vai ser mais uma razia, um problema que teremos que enfrentar e que terá repercussões a nível das vendas dos vinhos\", afirmou Vítor Herdeiro, vice presidente da Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO)
E, para o responsável, quem \"mais uma vez irá pagar a fatura será o produtor\".