O secretário de Estado da Administração Interna disse hoje que o Governo vai tentar arranjar soluções "boas ou razoáveis" para as instalações com maiores contrangimentos das unidades do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), da GNR.

Jorge Gomes respondia a um desafio lançado pelo vice-presidente da Câmara de Ribeira de Pena, Luís Ferreira, durante a apresentação do dispositivo de combate a incêndios do distrito de Vila Real.

A unidade do GIPS de Ribeira de Pena está instalada num edifício exíguo e com poucas condições para os 24 militares que ali permanecem o ano inteiro. No entanto, há outros casos de unidades espalhadas pelo país com problemas a nível de instalações.

O secretário de Estado referiu que o Governo "vai estudar caso a caso" e salientou que, conjuntamente com as autarquias, serão encontradas soluções "boas ou razoáveis para que eles possam "estar bem instalados".

Jorge Gomes adiantou que, através de candidaturas a fundos europeus, já estão a ser "criadas novas instalações" para os GIPS em alguns distritos, no entanto ressalvou que não há condições financeiras para novas construções em todos os casos.

"Agora, da nossa parte o que há é a intenção de que, quer a Força Especial de Bombeiros -- os Canarinhos -- quer os GIPS, tenham instalações dignas porque estão 365 dias por ano ao serviço da Proteção Civil, eles não estão apenas ao serviço dos incêndios", frisou.

Em todo o país, militares do GIPS e o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) estão a realizar a operação Floresta Protegida que visa alertar as populações para a limpeza voluntária dos matos junto às habitações e ajudar a travar o flagelo dos incêndios florestais.

No distrito de Vila Real, já percorreram 10 dos 14 concelhos e contabilizaram cerca de 1.300 inconformidades que terão que ser resolvidas até ao arranque da fase bravo da época de incêndios, a 15 de maio. Até lá, a GNR pretende percorrer todos os concelhos do distrito.

Jorge Gomes referiu que uma das preocupações quanto ao distrito de Vila Real é o número elevado de ignições, no entanto referiu que este "ainda" é um território que "tem muitos recursos humanos e materiais".

Neste distrito, foram contabilizadas 1.650 ignições em 2015, enquanto já este ano, entre janeiro e abril, foram apenas contabilizadas 64.

O plano operacional para o distrito envolve, na fase Bravo, 20 bombeiros nas Equipas de Combate a Incêndios (ECIN), e mais quatro elementos nas Equipas Logísticas de Apoio ao Combate (ELAC).

O número de equipas vai aumentando até à fase mais grave de ocorrência de incêndios, que começa a 01 de julho e se prolonga até ao final de setembro.

Neste período, estarão empenhados 205 elementos nas ECIN.

A GNR participa neste dispositivo com 70 elementos do SEPNA e 54 do GIPS.

À Guarda cabe ainda a responsabilidade de abrir os postos de vigia que estão espalhados pelo distrito, cinco na fase Bravo e os restantes 21 até à fase Charlie.

O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) afeta 145 elementos, entre vigilantes e equipas de sapadores florestais, enquanto a PSP empenha quatro agentes nas cidades de Vila Real e Chaves.

O distrito conta com o apoio de dois helicópteros, estacionados em Vidago e Ribeira de Pena, e dois aviões ligeiros em Vila Real, e, no período mais crítico, a intervenção aérea é reforçada com mais um helicóptero, em Vila Real.

"Estamos confiantes no dispositivo e achamos que o ano vai correr bem", concluiu Jorge Gomes.
Lusa



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