As intervenções no Museu Abade de Baçal e na Domus Municipalis de Bragança, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ascenderão a um total de 640 mil euros, segundo os contratos que hoje serão assinados.
Os contratos interadministrativos de cooperação serão assinados hoje, entre o Município de Bragança e o Ministério da Cultura, através da Direção Geral do Património Cultural, da Direção Regional de Cultura do Norte e do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, indica o comunicado hoje divulgado pelo Governo.
"A realização da empreitada no Museu do Abade de Baçal inclui obras de beneficiação e reparação de equipamentos técnicos e de requalificação de espaços exteriores, nomeadamente do jardim", indica o Ministério da Cultura, acrescentando que, "para este equipamento, se prevê igualmente a instalação de rede 'wifi'", tendo em conta "o pleno funcionamento do Museu".
"Paralelamente, serão feitas obras de conservação num monumento emblemático da cidade, a Domus Municipalis", acrescenta o ministério.
"O investimento total previsto para as duas intervenções é de 640 mil euros". Os trabalhos "deverão ter início no primeiro trimestre de 2023 e estar concluídos no primeiro trimestre de 2024", garante o Ministério da Cultura, em comunicado.
O PRR, para a área da Cultura, tem um montante global de 243 milhões de euros.
Destes, 150 milhões são destinados "à valorização, salvaguarda e dinamização do Património Cultural", e os 93 milhões, à "Transição Digital das Redes Culturais para a modernização tecnológica e digitalização de artes, literatura e património".
O Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arqueologia, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, assim como o Teatro Camões e os teatros nacionais de São Carlos e de D. Maria II estão entre as 49 instituições indicadas como alvo de "requalificação prioritária", no âmbito da componente Património Cultural do PRR.
Os mosteiros da Batalha e de Alcobaça, o Museu Monográfico de Conímbriga, o Museu Nacional Machado de Castro e o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, já celebraram os seus contratos no âmbito do PRR.
A componente do Património Cultural prevê ainda a instalação do Centro Tecnológico do Saber Fazer e dos Laboratórios do Saber Fazer, com rotas associadas, no contexto da estratégia para as artes e ofícios tradicionais.
Na área da transição digital das redes culturais, com uma dotação de 93 milhões de euros, o PRR abrange a compra de novos equipamentos informáticos e de sistemas de informação, assim como a edição de catálogos integrados para 239 bibliotecas públicas e a constituição de bibliotecas itinerantes 'online'.
A cobertura 'wifi', em 50 museus, palácios e monumentos, a aquisição de equipamento de projeção digital de cinema e de vídeo, para 155 cineteatros e centros públicos de arte contemporânea, e a modernização tecnológica dos laboratórios de conservação e restauro do Estado, incluindo o Arquivo Nacional da Imagem em Movimento (ANIM), da Cinemateca Portuguesa, são outros objetivos já estabelecidos para a componente dedicada às redes e à transição digital.
Esta medida deverá abranger ainda a instalação do Arquivo Nacional do Som.
Quanto à digitalização de acervos, está prevista a intervenção num espólio de 20 milhões de imagens de bibliotecas públicas, de 19,5 milhões de documentos de arquivos nacionais, assim como a digitalização de 59.500 registos de coleções de museus públicos e de mil filmes portugueses da Cinemateca, além da criação de visitas virtuais em 65 museus.
O apoio à tradução de obras literárias, à edição de 'audiobooks' e 'ebooks', à modernização e transição digital das livrarias e à criação da Plataforma de Empréstimo de Livros Eletrónicos, com o envolvimento de cerca de 300 bibliotecas públicas, são outras medidas previstas no PRR, na área da Cultura.