A Câmara de Chaves assinou hoje protocolos para a plantação de cerca de 50 mil árvores com as entidades gestoras de baldios de zonas afetadas pela construção da barragem do Alto Tâmega, naquele concelho.

“Estamos a falar de uma verdadeira intervenção que significa também um contributo importante para aquilo que é a melhoria da nossa capacidade de produção de oxigénio. Queremos que este seja um primeiro passo para outros no âmbito da intervenção na floresta”, destacou o presidente da Câmara de Chaves, no distrito de Vila Real, Nuno Vaz, durante a assinatura dos protocolos que decorreu na localidade de Rebordondo.

Os protocolos de cooperação para reflorestação de fauna e flora estabelecidos entre o município e as entidades gestoras dos baldios de Arcossó, Vilarinho das Paranheiras, Anelhe e Rebordondo decorrem no âmbito do quadro de medidas compensatórias que resultam da construção da barragem do Alto Tâmega, uma das três que constitui o Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), concessionado à espanhola Iberdrola.

No total, as intervenções têm um valor global de cerca de 700 mil euros suportado a 100% pela Iberdrola e envolvem a reflorestação de cerca de 90 hectares, com a plantação de cerca de 50 mil árvores de diversas espécies como cerejeira-brava, sobreiro, carvalho-alvarinho, castanheiro ou medronheiro, sublinhou Nuno Vaz.

Além das intervenções em áreas geridas pelos baldios, também a autarquia flaviense irá proceder à plantação de árvores na Quinta da Freixeda e na Quinta do Rebentão.

Para o autarca, estas ações pretendem, sobretudo, melhorar “a resistência e a resiliência da floresta” no concelho “no que diz respeito ao principal risco, que é o de incêndio florestal”,

“O que temos é sobretudo pinheiro, e sabemos que este é, por natureza, uma espécie altamente inflamável. Com estas medidas o que nós queremos é que a floresta seja mais resistente e que ela própria seja também um travão à progressão dos incêndios”, apontou.

Além da reflorestação, as intervenções preveem ainda a limpeza e desmatação para evitar incêndios florestais com grandes manchas ardidas, acrescentou Nuno Vaz, que plantou ainda uma árvore como ato simbólico após a cerimónia.

O responsável pelos baldios de Rebordondo, Miguel Meireles, realçou que as localidades inseridas na freguesia de Anelhe são “das mais afetadas pela barragem”.

“Quando há nevoeiro somos sempre afetados. E esta plantação é uma mais-valia para esse fenómeno que é natural”, lembrou.

Miguel Meireles explicou ainda que a localidade tem uma mancha florestal praticamente composta por pinheiro bravo e que esta intervenção permitirá ter “outras espécies mais resistentes a incêndios”.



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