A Arjoflor, a terceira maior exportadora de azeite do «ranking» brasileiro, vai facturar cerca de 3,5 milhões de euros este ano, mais 17 por cento que em 2002, disse hoje o sócio-gerente da empresa portuguesa.

Criada em 1999, a Arjoflor opera na área das embalagens e comercialização do azeite Vila Flor, uma marca que "é vendida em todo o Brasil", mas cujas vendas foram afectadas pela "quebra do consumo observada no país em 2003, a desvalorização do real entre 25 a 30 por cento e o aumento dos preços na produção", salientou Joaquim Martins.

No entanto, "a retoma mais rápida do que o previsto" nesta última fase do ano, segundo este empresário, indica que o valor das vendas para o Brasil de azeite Vila Flor vai ficar "muito próximo das previsões iniciais".

A Arjoflor surgiu, há cerca de cinco anos, da necessidade de se criar na Trofa, perto do Porto, uma empresa de embalagem e comercialização para obter ganhos de competitividade, mantendo o grupo uma outra unidade para a produção e controlo de qualidade do azeite Vila Flor na região de Trás-os-Montes.

No entanto, desde 1986, a marca de azeites Vila Flor (virgem extra e comum, com maior acidez - 1,5º) "é conhecido em todo o Brasil.

Então, ainda não ocorrera a cisão orgânica no grupo, frisou à Agência Lusa Joaquim Martins.

No Brasil, a empresa Arjoflor tem três parceiros estratégicos na área da distribuição: Pão de Açúcar, Bom Preço (Nordeste) e Angeloni, no Estado de Santa Catarina.

Ao todo conta com 600 lojas "pilares" na distribuição e 15 clientes importadores/distribuidores, posicionando-se em todos os canais de distribuição, hiper e supermercados no mercado brasileiro, além da restauração.

Estudos realizados para o Brasil, indicam que o consumo de azeite, actualmente na ordem dos 25 milhões de litros/ano vai duplicar nos próximos dez anos, o que constituirá "uma oportunidade para reforçar as vendas da Arjoflor", salientou o empresário.

Joaquim Martins espera que a facturação da empresa no Brasil cresça 50 por cento já em 2004, face ao ano anterior, pois sustenta que "há um aumento da produção oleícola, o preço na produção vai ajustar-se baixa e os brasileiros vão consumir cada vez mais".

Cerca de 50 milhões de pessoas consomem, em média, azeite uma vez por ano no Brasil, o que representa aproximadamente um em cada três brasileiros numa população de 170 milhões de habitantes.

Nos últimos anos, Portugal tem vindo a perder quota de mercado para a Espanha, Itália e Grécia, enfatizou o empresário.

Com a entrada destes consumidores no "circuito do azeite", Portugal poderá manter a sua quota no Brasil em torno dos actuais 40 a 50 por cento, acrescentou.

O empresário referiu ainda que 68 por cento da facturação total da empresa provém do mercado externo, 30 por cento de outros países, entre os quais a França, e 2 por cento respeitam ao mercado doméstico português.

Para este ano, a Arjoflor espera encerrar o ano com um volume de negócios global da ordem dos 4 milhões de euros, contra 4,3 milhões no ano passado, o que se deve às quebras registadas em países como o Canadá, França, Alemanha e Espanha, devido à perda do poder de compra dos consumidores.

A empresa vende actualmente para 11 países, entre os quais Cabo Verde, Canadá, França, Alemanha, Luxemburgo, Reino Unido, Bélgica, Espanha e Estados Unidos.

O investimento anual em promoção da marca Vila Flor no Brasil ronda os 30 mil euros, prevendo-se o mesmo montante para 2004, ano em que pela primeira vez será feita uma campanha publicitária com cartazes nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.

Em 2004, a Arjoflor vai ainda avançar para a distribuição de azeite na República Checa, Polónia e China, mercados que possuem "um grande potencial de consumo", realçou o empresário português.



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