Numa amostragem de 49 empresários portugueses, apenas um nasceu no Canadá e todos falam em casa o Português. A sua permanência no Canadá é em média de 29 anos, apenas um desses empresários tinha menos de 10 anos. Quando chegaram, 49% planeava ficar permanentemente, 35% temporàriamente e o resto não tinha a certeza.

Um terço dos empresários portugueses experimentou algumas barreiras, anotadas por José Carlos Teixeira, no estudo conjunto. Entre as barreiras, 85% mencionou a barreira da Língua e da Cultura, 54% anotaram dsificuldades de marketing e de penetraçáo no mercado e 46% falaram na falta de experiência canadiana e na falta de negócios.

Falando no futuro, 34% dos empresários portugueses acham que a empresa vai crescer, 29% entendem que está a ficar estável e 37% pensa que vai ficar pior.

Os portugueses estão em segundo lugar (depois dos coreanos) como os mais pessimistas no tocante ao futuro para negócio. O decrésimo dos emigrantes vindos de Portugal, designadamente devido à entrada na União Europeia, poderá ser um importante factor para este pessimismo, como se anota no estudo dos catedráticos.

Falando-se em desemprego, também os Portugueses são aqueles que menos casos têm. Entre os portugueses que criaram empresas, fizeram-no em diversos sectores, com maior média de postos de trabalho criados e mais companhias limitadas do que os outros grupos agora analizados.

Lucia Lo, Jose Carlos Teixeira e Marie Truelove foram os professores catedráticos que apresentaram, no último fim de semana, o estudo, em seminário que teve a presença de muita gente, designadamente estudantes e entidades de destaque nas comunidades estudadas, designadamente na comunidade portuguesa. Compareceu, designadamente, o cônsul-geral de Portugal, João Perestrello.

Caracteristicas «Definidoras»

Dos cinco grupos agora estudados - polacos, portugueses, caribenhos, coreanos e somalis - os originários da Polónia e de Portugal são os mais antigos. Chegaram depois da segunda guerra mundial. Os outros chegaram na maior parte dos casos nos anos de 60, quando o Canadá abriu as suas portas, sob a égide um multiculturalismo económico, digamos assim. Os coreanos aportaram nos anos 70 e os somalis nos anos 80.

De recordar que muitos coreanos e alguns polacos chegaram como empresários e investidores, os somalis como refugiados e os outros como membros de família. À chegada, caribenhos, portugueses e somalis eram, maioritariamente, jovens, com pouco menos de 60% a atingirem os 20 anos, enquanto entre os coreanos e os polacos mais de 65% tinham mais de 20 anos.

Com excepção dos originários das Caraíbas, a maioria dos emigrantes dos outros grupos não tinham no Inglês a sua Língua materna. Uma maior assimilação da Língua encontra-se entre os Portugueses, com 31% a falar Inglês em casa.

A participação no mercado do trabalho tem também algumas características que definem os grupos. Os caribenhos têm a mais alta participação no mercado laboral, com 74% e os somalis a mais baixa (46%). Portugueses, polacos e coreanos estão na ordem dos 60% de participação na força laboral.

Todo o trabalho, agora apresentado, tem afinal matérias que vale a pena referir. E que vão, certamente, acompanhar todos quantos, de algum modo, se interessam por estudos que têm a ver com as comunidades que constituem o mosaico multicultural do Canadá.



PARTILHAR:

Luso-venezuelanos manifestam-se no Porto

Só está a funcionar o serviço de urgência