Os habitantes de Bemposta, concelho de Mogadouro, dizem estar assustados com a vaga de furtos que tem assolado aquela localidade fronteiriça nos últimos dias.
Residências, estabelecimentos comerciais e empresas têm estado na mira dos ladrões. Criticando as autoridades de \"alguma passividade\", há moradores que admitem a \"criação de uma milícia popular para guardar os seus bens.\"
Isilda Carpinteiro, empresária do ramo da restauração, afirmou, ao JN, que o material que lhe foi furtado da sua residencial foi interceptado pelas autoridades espanholas na localidade de Formoselle, que dista de Bemposta cerca de uma dezena de quilómetros.
\"Quando fui verificar o que faltava, vi as malas remexidas e candeeiros em bronze que tinham desaparecido. Quando fiz uma primeira análise, não dei pela falta de tudo, só quando me disseram que os meus bens se encontravam em Formoselle é que comecei a ter noção daquilo que me levaram,\" contou. António Morais, também empresário, diz que ficou espantado quando lhe furtaram peças para camiões e gasóleo.
\"Em duas semanas, fui assaltado três vezes. A primeira vez entraram-me no café e levaram--me o dinheiro da gaveta e o tabaco das prateleiras. Noutra, cortaram-me a rede que veda o meu areal, rebentaram com os tampões de uma pá, de um camião levaram o gasóleo e as molas para colocar numa máquina que se encontrava avariada. As molas apareceram depois num sucateiro,\" explicou.
Há ainda relatos de outros assaltos em Mogadouro e em Miranda do Douro, tendo mesmo a GNR detido um suspeito de assalto a bombas de gasolina.
De acordo com o comando do Grupo Territorial da GNR de Bragança, o patrulhamento está a ser reforçado, estando aquela força de segurança, através dos Núcleo de Investigação Criminal (NIC), a investigar alguns dos furtos, em colaboração com a Guarda Civil espanhola.