A nova direção da Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), liderada por Maria Ferreira, tem como prioridade ajudar a mitigar o abandono escolar neste ano marcado pela crise pandémica.

Maria Ferreira, 21 anos, natural de Guimarães e aluna de mestrado em engenharia Agronómica é a primeira mulher a presidir à AAUTAD, em Vila Real, associação que hoje assinala 33 anos de existência.

Foi também hoje que os novos órgãos sociais tomaram posse e, segundo disse a presidente à agência Lusa, a AAUTAD tem como prioridade “ajudar a evitar que os alunos abandonem o ensino superior” neste ano marcado pela pandemia de covid-19. “Seja por motivos económicos, psicológicos ou pelo ensino ‘online’ que se reflete na qualidade do ensino”, salientou Maria Ferreira.

Para o efeito, a AAUTAD diz que “está de portas abertas” para todos os estudantes.

“Por causa da pandemia de covid-19 a situação económica das famílias está a agravar-se. Temos feito esse trabalho, de tentar chegar aos alunos, perceber se há alguém que precise e, nestas últimas semanas, chegaram quatro pedidos de ajuda por dificuldades económicas”, referiu.

Em 2020, a AAUTAD, aliada aos núcleos e associações de estudantes, criou a iniciativa solidária "A Academia une todos à distância”, que angariou uma bolsa de 5.000 euros destinada a apoiar alunos que estejam a passar por dificuldades económicas por causa da covid-19.

Maria Ferreira disse que, no ano passado foi atribuída uma bolsa, que este ano já receberam quatro candidaturas e que vão ser abertas mais 10, no valor de 350 euros.

A AAUTAD promoveu um questionário para perceber as condições enfrentadas pelos estudantes, ao qual obtiveram cerca de 800 respostas.

Maria Ferreira adiantou alguns dos resultados preliminares deste estudo e mostrou-se preocupada com as respostas à pergunta se “já pensaram em abandonar o ensino superior”.

Disse que muitos alunos apontam o abandono escolar devido a motivos psicológicos, outros, em menor percentagem, por dificuldades económicas e outros revelaram a intenção de congelar a matrícula se se mantiver o ensino ‘online’ neste semestre.

“Tivemos contacto por parte de alguns pais a pedir ajuda para os filhos, principalmente do primeiro ano que têm tido algumas dificuldades”, disse.

A responsável enalteceu o “trabalho exemplar” que a UTAD está a fazer no apoio aos estudantes. A academia mantém em funcionamento a cantina que tem também ‘take-away”, disponibilizou apoio para os que ficaram em isolamento e precisaram de entrega de refeições e, para quem não consegue pagar a alimentação, a Associação Académica criou o contacto [email protected].

Na sua opinião, o “ensino online pouco evoluiu desde que começou” e, por isso, defendeu “alguma inovação pedagógica”, uma “reformulação das metodologias de ensino” e “formação do corpo docente para este novo formato de aulas”.

Quanto à cerimónia de queima das fitas, a presidente da AAUTAD frisou que esta vai decorrer em moldes diferentes, devendo realizar-se no final do ano letivo, provavelmente em mais do que um dia como era habitual.

Hoje foi também apresentado o projeto para a nova sede da AAUTAD e celebrado o contrato de comodato, estabelecido com a UTAD.

A sede vai ficar instalada num edifício que vai ser remodelado, no centro da universidade e vai incluir uma loja académica, uma sala de estudos, um café, gabinetes da direção e espaço para os núcleos e secções, que se encontram dispersos pelo campus.

Foi ainda inaugurada a “Galeria Alumni” na UTAD, onde vão ser plantadas árvores que vão representar a passagem de diferentes gerações de alunos. Maria Ferreira e o anterior presidente da AAUTAD José Pinheiro plantaram um pinheiro manso.



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