A Associação Cultural de Freixo de Numão vai desenhar uma rota turística pelos concelhos de Vila Nova de Foz CÎa, Meda, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo. O património arqueológico é o principal cartaz.

O projecto, pensado há alguns anos, só agora reúne condições para passar do papel para o terreno, com comparticipação comunitária. \"Temos sítios musealizados e autarquias interessadas, pelo que penso estarmos em condições de avançar, finalmente, com o projecto\", declarou, ao JN, António Sá Coixão, o arqueólogo que lidera há 30 anos aquela associação do concelho de Vila Nova de Foz CÎa.

Houve uma ideia inicial de criar um circuito turístico ligado à arqueologia naqueles mesmos quatro municípios. Depois viriam a brotar outras ideias, de outros responsáveis, que auguravam que o melhor era fazer um roteiro que juntasse os dez concelhos de todo o vale do CÎa.

Sá Coixão diz que se deixou \"ir na conversa\", mas não tardou muito a chegar à conclusão que \"metê-los a todos no mesmo projecto era quase uma utopia\". Até porque \"havia bastantes desigualdades em termos de investigação\", explicou.

Ora, no Baixo CÎa há \"uniformidade, desde o Paleolítico até à Idade Média\" o que, segundo o arqueólogo, \"não justifica estender o projecto a concelhos com realidades diferentes\".

Por outro lado, em Vila Nova de Foz CÎa, Meda, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo já há diversos pontos de interesse investigados, que podem perfeitamente integrar aquele circuito arqueológico, faltando apenas sinalizá-los e dar-lhes algum dinamismo. De resto, considera que \"não faz sentido estar a gastar milhares para musealizar sítios e depois não terem utilidade turística\".

Contra as capelinhas e defensor da \"grande igreja de arqueologia do Baixo CÎa\", António Sá Coixão já idealizou um circuito para \"dois ou três dias\", o que permite \"manter os turistas mais de um dia na região\".

O mercado espanhol é um dos alvos. \"Vamos ver se entram por aqui uns estrangeiros e deixam cá uns cobres para nos ajudar a minorar as dificuldades\", gracejou, ainda, aquele responsável.



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