Associação Empresarial do Alto Tâmega (ACISAT) defendeu hoje que a tutela deve dar prioridade à liquidação de verbas em atraso a entidades empresariais para que estas possam apoiar empresas locais, adiantou hoje à Lusa o presidente.

“É dinheiro que já saiu das associações, como por exemplos para projetos ou formações, e que ainda não foi pago e que seria uma ajuda fundamental para as tesourarias”, vincou o presidente da ACISAT, Vítor Pimentel.

O responsável pelo organismo que atua nos seis concelhos do Alto Tâmega, no distrito de Vila Real, garantiu que a associação tem para receber verbas que rondam os 150 mil euros, que podiam ser usadas em medidas de apoio às empresas locais face à pandemia de covid-19.

Estas verbas que estão por liquidar por parte do Estado resultam de projetos já executados, como workshops, formações ou execuções de projetos europeus.

“Era uma ajuda fundamental, para que pudesse haver dinheiro em tesouraria numa altura em que a capacidade de resposta das associações teve que aumentar, pois é um problema de todos”, realçou.

Vítor Pimentel explica ainda que este não é “um pedido de ajuda, de benefício fiscal ou de acesso a uma linha de crédito” mas apenas de “reembolso” do dinheiro que é devido e que já saiu das contas da associação.

No caso da ACISAT, que tem sede em Chaves, a maioria da verba em atraso está dependente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), acrescentou.

Do valor global, parte é relativo a projetos de Sistemas de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), que já terminaram em 2017 e cujo reembolso leva já mais de dois anos e meio de atraso, disse ainda.

“Compreendo que as comissões de coordenação tenham alguma dificuldade em validar tudo, mas se não conseguem é porque não estão aptas a fazer esse trabalho e este deve ser dividido por outros organismos com competência para que estas situações não aconteçam”, sublinhou.

Lembrando que, embora histórica, a ACISAT é uma pequena associação tendo em conta o panorama nacional, Vítor Pimentel lembrou que as verbas em atraso estão a fazer falta a muitas associações.

O dirigente apontou ainda que com o dinheiro a entrar “diretamente para a tesouraria”, possibilitaria aumentar a resposta e a ajuda às empresas da região.

“Seria possível abrir novos gabinetes de apoio, estar mais próximo dos empresários, dar uma resposta mais rápida a todas as medidas que o governo vai tomando e faze-las chegar mais depressa aos empresários”, garantiu.

A disponibilização de um apoio jurídico mais efetivo, com a contratação de mais advogados para juntar ao único existente na ACISAT, seria outra das pretensões.

O presidente da associação empresarial estima que pelo menos 400 empresas associadas estejam a ser afetadas devido à pandemia de covid-19 e que no universo total do Alto Tâmega deverão ser cerca de mil, que se caracterizam acima de tudo como pequenas e médias empresas.

A ACISAT, que decidiu não cobrar as quotas dos associados em abril e maio, participa também numa iniciativa na rede social Facebook que divulga ao comércio e empresas em funcionamento com ‘take-away’ ou entregas ao domicílio no concelho de Chaves durante a pandemia, como restauração, bens alimentares ou farmácias.



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