A Associação Montalegre Com Vida realiza hoje, em Montalegre, uma sessão de esclarecimento e de alerta contra as consequências da exploração da mina de lítio a céu aberto prevista para a freguesia de Morgade.

Armando Pinto, representante da associação, disse à agência Lusa que o objetivo da iniciativa é esclarecer a população residente e os muitos emigrantes que estão de férias no território.

“O que nos preocupa é ser uma exploração a céu aberto, independente de ser de lítio ou de outra coisa qualquer. E preocupa-nos esta e a quantidade de pedidos de prospeção que já estão feitos no nosso concelho, sete até ao momento”, afirmou.

O responsável elencou ainda outra "grande preocupação" que está relacionada com o Plano Diretor Municipal (PDM), alterado em 2013, e onde estão identificadas “20 potenciais áreas de exploração mineira” no concelho.

A sessão, explicou, vai incidir sobre os impactos decorrentes deste tipo de exploração, quer em termos ambientais quer para a saúde das populações que vivem neste território.

Nesta iniciativa estarão presentes representantes de outros movimentos, como das serras da Argemela e de d’Arga, bem como uma geóloga, um arqueólogo e representantes de associações ambientalistas.

Nos últimos tempos, o movimento tem espalhado várias tarjas pelo concelho onde se pode ler “não à mina, sim à vida”, tem realizado sessões de esclarecimento nas aldeias e ainda distribuído um folheto onde estão expostas as principais preocupações.

“Alertamos para os efeitos na água, nos solos, na socioeconomia das populações que vão perder baldios e consequentemente subsídios e ficar com os pastos contaminados, os impactos do ruído sobre as populações e o risco das explosões, que consideramos que efetivamente serão feitas a partir de determinada profundidade, para as barragens com mais de 50 anos e as casas à volta”, referiu Armando Pinto.

A Lusorecursos, empresa que em março assinou o contrato com o Estado, esclareceu que a exploração da mina de lítio em Morgade vai ser mista, efetuando-se primeiro a céu aberto e passando depois, à cota das aldeias, para túnel.

Armando Pinto referiu que se a exploração a céu aberto for feita até à cota das aldeias, significa cerca de “80 a 90 metros de profundidade”, pelo que “ficará tudo destruído de forma igual”.

Esta freguesia do concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, agrega as aldeias de Morgade, Rebordelo e Carvalhais.

Foto: Nuno Afonso



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