A população de Vidago e Oura vão «lutar até às últimas consequências» para impedir que a Unicer encerre a fábrica que possui no interior do Parque de Vidago (Chaves) e canalize a água para a unidade das Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar).
A iniciativa faz parte de um projecto de investimento mais amplo (cerca de 45 milhões de euros) que a empresa pretende executar até 2008 naquele complexo e o transvase deverá ser feito por tubos colocados no subsolo da antiga Linha do Corgo.
A resistência da população à intenção da Unicer foi deixada clara, anteontem, durante uma reunião entre habitantes das duas localidades, autarcas e dois responsáveis da empresa. O encontro durou cerca de quatro horas, mas, no final, as populações e os autarcas estavam tão irredutíveis como no início, rejeitando os argumentos da empresa. O director de turismo da Unicer, Manuel Marques, teve mesmo dificuldade em apresentar o projecto, dado o burburinho que se gerava de cada vez que tentava intervir. Por isso, de nada adiantou àquele responsável garantir que a marca \"Vidago\" é para \"manter\" e \"reforçar internacionalmente\", que \"vão ser criados 100 novos postos de trabalho\" e que \"o transvase não põe em causa a qualidade\".
A grande questão que se coloca à luta da população é a forma de impedir a empresa - que detém a concessão das águas- de proceder ao seu transvase, já que o solo por onde deverão passar os tubos pertence à REFER, com quem a Unicer já terá estabelecido contactos.
Além da deslocalização da fábrica, o projecto da Unicer prevê também a requalificação do Parque de Vidago, o alargamento do campo de golfe de 8 para 18 buracos, a requalificação do Palace Hotel (pelo arquitecto de Siza Vieira), transformando-o num espaço hoteleiro de cinco estrelas, bem como a criação de um SPA, para substituir o actual balneário termal.