São poucos os imigrantes que se fixam em Bragança. O fraco desenvolvimento do tecido económico e os baixos salários são os principais motivos para que a maioria não fique numa região, que luta contra a desertificação, depois de terem arriscado uma tentativa de instalação. As razões são as mesmas dos locais que emigram.
O presidente da Câmara, Jorge Nunes, admite que muitos dos que havia há três ou quatro anos partiram devido \"à redução da actividade económica, nomeadamente na construção civil\", explicou, à margem de um espectáculo oferecido ontem pela autarquia aos imigrantes.
Bragança serve como um primeiro contacto com Portugal, e a partir daqui organizam contactos para irem para o litoral, ou então o concelho serve como uma porta de entrada no país vizinho, onde \"os ordenados são muito superiores e as regalias sociais não são inferiores às nossas\", referiu o edil.
Actualmente vivem no concelho meio milhar de estrangeiros de várias nacionalidades, trabalhando sobretudo na hotelaria, restauração e instituições de solidariedade social, \"havendo casos de imigrantes com a vida económica organizada\", frisou Nunes.
Alguns vêm para ficar, como é o caso de Maemuma, uma jovem da Guiné-Bissau, mãe de quatro crianças, radicada em Bragança há quatro anos. Nos próximos anos, ela e o marido esperam ficar por Trás-os-Montes porque os filhos estão na escola, bem integrados. \"Aqui têm mais oportunidades do que na Guiné, podem ter um futuro melhor\", contou.
Para já voltar à terra de origem só mesmo para passar férias e matar saudades. Por outro lado, Bragança está a revelar-se um pólo de atracção para estudantes estrangeiros. Actualmente, o Politécnico tem 300 alunos ao abrigo do Programa Erasmus, destes cerca de 100 são africanos.