O PCP de Bragança considerou esta quinta-feira que a rede de estradas prometida pelo Governo para a região está «atrasada e irremediavelmente comprometida».
A direcção regional de Bragança do PCP fez o balanço da execução do investimento de 1.500 milhões de euros anunciado há um ano pelo Governo para as rodovias de Trás-os-Montes, concluindo que «todos os comprometimentos assumidos pelo Governo registam atrasos assinaláveis».
O plano e montante financeiro foram assumidos, em Abril de 2006 pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, durante a iniciativa «Governo Presente em Bragança».
Este plano contempla a conclusão até 2012 de estradas prometidas há décadas como o IC5, o IP2 e a mais recente auto-estrada entre Amarante e Bragança.
De acordo com o dirigente do partido, José Brinquete, o IP2 entre Valbenfeito e o Sabor, em Torre de Moncorvo, «está na estaca zero e sem qualquer verba consignada».
Segundo disse, o concurso para a construção deste itinerário foi aberto, mas acabou por ser anulado em Junho de 2006, sem mais desenvolvimentos.
Realçou ainda que o concurso para o túnel do Marão, um troço da futura A4, foi lançado com quase um ano de atrasos, enquanto o restante traçado, entre Vila Real e Bragança, continua em estudos preliminares.
Sem data para a construção continua também, de acordo com o dirigente comunista, o IC5, que irá «desencravar» o sul do Distrito de Bragança.
O PCP entende que o «calendário anunciado está irremediavelmente comprometido» e que «o Governo mentiu à região», tendo José Brinquete criticado ainda as últimas medidas anunciadas para o IP4, que dará lugar à futura A4.
«Mais se assemelham a preocupações de ordem securitária, visando sobretudo a intensificação da caça à multa em detrimento de uma maior segurança e mobilidade dos cidadãos», afirmou.
Para os comunistas de Bragança, aquela que é a única via rápida da região «não passa de uma mera estrada de montanha, com a actual configuração».