A participação dos flavienses na segunda sessão da iniciativa \"Dar voz ao munícipe\", que teve lugar no passado dia 27, foi ainda mais reduzida do que na primeira, realizada há dois meses. Na maior parte do tempo, o número de participantes ficou-se pela meia dúzia de pessoas e mesmo nos \"pontos mais altos\" não se ultrapassou as 15 presenças. Na primeira iniciativa, levada a cabo em Outubro, compareceram cerca de 30 pessoas.
A participação e as intervenções foram de tal forma reduzidas que houve momentos em que foi o próprio presidente da Câmara a dar o mote ao debate e a pÎr-se no lugar dos eleitores e auto-questionar-se para evitar que o silêncio tomasse conta do que pretendia ser um espaço de debate de ideias.
Mesmo assim, João Batista assegura que a iniciativa é \"válida\" e é para continuar a levar a cabo, no sentido de \"envolver os flavienses nas causas públicas\". \"Poderíamos concluir que está tudo satisfeito e esclarecido e que é, por isso, que ninguém comparece nestas iniciativas. Mas nós sabemos que não é o que se passa\", referiu João Batista, para a seguir lamentar: \"As pessoas não estão motivadas para este tipo de debate. São capazes de ficar todo o dia, a \"mandar vir\" no café e não são capazes de vir aqui dizerem o que pensam\". \"Gostava muito que a população chegasse ali e dissesse: estão a fazer isto mal ou aquilo...\", continuou o autarca, para concluir: \"As provocações e as críticas fazem falta para não se cair no laxismo\". Por isso, João Batista garante que \"a Câmara vai continuar a proporcionar aos cidadãos este espaço aberto à participação\" e que vai tentar divulgá-lo ainda mais. O autarca acredita mesmo que, \"progressivamente, esta iniciativa ainda se vai tornar num espaço de debate importante\".
\"Dar voz ao munícipe\", como afirmou o presidente da Câmara na primeira realização, pretende \"marcar uma nova cultura autárquica\" e \"levar as pessoas a participar nas causas públicas\". Mas também pretende ser, explicou João Batista, \"uma forma de conhecer a opinião dos eleitores acerca das decisões que o executivo tem tomado\".
Esta iniciativa está vedada apenas a cidadãos eleitos para órgãos municipais, tais como vereadores da oposição ou deputados à Assembleia Municipal. Isto porque, explicou o autarca, \"essas pessoas têm o seu espaço no órgão para que foram eleitos e podem ali colocar as questões que entenderem\".