O ano letivo arrancou hoje em Bragança marcado pela falta de manuais escolares para muitos alunos que vão ter de frequentar as aulas, durante alguns dias, sem livros devido ao atraso no envio dos "vouchers", como constatou a Lusa.
Guilhermina Selas esteve à espera, até hoje, de receber por e-mail o documento para encomendar os livros filho que frequenta o sexto ano, mas foi a escola que acabou por lhe resolver a situação.
Ainda assim, o filho terá de esperar "pelo menos até de quarta-feira a oito dias, sem certeza" pelos manuais escolares que só hoje pôde encomendar, numa das livrarias de Bragança, onde a Lusa encontrou filas de pais ainda a encomendar livros para o primeiro ciclo.
Na sexta-feira, Jorge Morais, gerente da Brigoffice, contou à Lusa que, na sexta-feira, esteve até "às nove da noite" para atender a fila de pais" e perspetiva que os próximos dias serão idênticos.
Os pais estavam à espera de receber até um de agosto, como prometido pelo Ministério da Educação, os "vouchers" de oferta dos manuais escolares, o que não aconteceu.
Perante o atraso, segundo explicou, são agora as escolas, que conseguem aceder à plataforma, que estão a disponibilizar já com o ano letivo a decorrer, os documentos para encomendar os livros.
"A Porto Editora não tem capacidade para entregar" tanta encomenda de uma só vez e os alunos vão ter de frequentar as aulas "uma semana ou mais" sem livros.
Confrontados com os atrasos, alguns pais decidiram encomendar antecipadamente e pagar do seu bolso os manuais que o Estado oferece.
Sónia Rodrigues tem uma filha no segundo ano e também não recebeu o prometido e-mail. Foi preciso ir à escola e foi lá que lhe disponibilizaram o "voucher".
Vera Estevinho e Bruno Santos receberam o documento "em cima da hora", a 04 de setembro, mas hoje foram levar o filho à turma do segundo ano, no polo escolar de Santa Maria, sem nenhum problema a apontar.
"Não faltam professores, nem livros", garantiram à Lusa, sublinhando que não têm "nada de negativo a apontar" a esta escola.
Assim começou o ano letivo também para Luís Ribeiro, com uma filha no pré-escolar e "boas referências" deste polo, nomeadamente em relação às atividades e acompanhamento.
"São duas professoras por sala, mais os auxiliares, para 20 alunos, é mais do que suficiente", apontou.
O único receio de Sandra Cruz é como o filho mais "pequenino" vai encarar o primeiro dia no primeiro ano, quando se separar do irmão que frequenta o segundo ano no mesmo polo escolar.
Há três anos que Sílvia Esteves e Natércia Gonçalves, mãe e avó, têm dois pequenos neste polo escolar.
A avó aparente preocupação com o nervosismo das crianças no início de mais um ano letivo.
"Quais nervosos, mais nervosos ficamos nós", atalha a filha.
Foto: Fernando Cordeiro