O presidente da Câmara de Alijó afirmou hoje que o estudo que coloca este município como um dos menos sustentáveis é um “sinal claro e evidente” para que o Estado olhe para o Interior do país.

“Este estudo constitui um sinal claro e evidente para que o Governo central olhe para os territórios do Interior, essa é a principal conclusão que tiro”, afirmou José Paredes (PSD) à agência Lusa.

De acordo com o Rating Municipal Português (RMP), divulgado hoje, Alijó (distrito de Vila Real) está entre os municípios menos sustentáveis do país.

O RMP, apresentado pela primeira vez e com o apoio da Ordem dos Economistas, é um modelo integrado de avaliação dos 308 municípios em 25 indicadores ponderados, reunidos em quatro dimensões principais: governação, desenvolvimento económico e social, eficácia nos serviços à população e sustentabilidade financeira.

O autarca referiu que o Interior está a sofrer um processo de “sangria humana, de falta de emprego e de falta de serviços de qualidade como, por exemplo, na área da saúde, e considerou que "estas oportunidades existem só nos grandes municípios de Portugal, não estão nos pequenos".

“E reverter esta situação não está ao alcance dos parcos orçamentos que os municípios do Interior possuem e onde as receitas são escassas. Está ao alcance somente do Estado central que tem que avançar com medidas de investimento arrojadas”, salientou.

Depois de analisar o estudo, José Paredes concluiu que os indicadores da Câmara de Alijó “subiram significativamente”, no entanto revelou que a sua maior preocupação está relacionada com “a sustentabilidade financeira”.

“Pese embora entre 2016 e 2018, o município tenha subido cerca de 200 pontos, neste parâmetro ainda continua na cauda”, referiu, considerando que este fator está também relacionado com uma operação financeira concretizada em 2017, em que 11 milhões de euros foram aplicados “exclusivamente para amortizar empréstimos e não para investimentos”.

“Estou feliz por contactar que os indicadores parciais do município subiram e faz-nos crer que estamos no bom caminho, estamos a afastar-nos cada vez mais do abismo em que agarramos o município em 2013”, sublinhou.

O autarca lembrou que "a dívida conhecida" da autarquia era de 21 milhões de euros em 2014, tendo sido amortizados oito milhões de euros até 2017.

“Isto revela bem o rigor que nós colocamos na gestão municipal do dia-a-dia. A vida é assim, ou se pagam os compromissos ou se fazem investimentos, as duas coisas não são possíveis”, referiu.

De acordo com o RMP, os municípios de pequena dimensão são os que têm pior desempenho em termos de sustentabilidade, enquanto os de grande e média dimensão são globalmente mais sustentáveis, segundo os resultados de um ‘ranking’ integrado a apresentar hoje em Lisboa.

Lisboa, Porto e Oeiras foram, em termos globais, os municípios mais sustentáveis do país em 2018 e Celorico da Beira, Góis e Alijó os menos sustentáveis.



PARTILHAR:

Moncorvo com mais 10,6 km de ecopista na antiga linha do Sabor

Primeira Bienal do Granito de Mondim de Basto quer inovar setor