O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos (PS), comprometeu-se hoje com uma “forte batalha pela regionalização”, bem como a lutar pelo curso de medicina e pela ligação ferroviária com passagem nesta cidade e ligação a Espanha.

Rui Santos, com 52 anos, tomou hoje posse para o terceiro e último mandato à frente da câmara da capital do distrito transmontano, que conquistou pela primeira vez para o PS em 2013.

Antes do discurso o autarca fez questão de homenagear a sua mãe, que faleceu este ano devido à covid-19, e pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da pandemia.

“Nunca deixaremos de acreditar em Vila Real e nos vila-realenses. Nunca aceitaremos que nos vejam como um concelho de segunda categoria e, é por isso, que assumiremos uma forte batalha pela regionalização, com a urgência possível. Mais do que isso, acreditamos que Vila Real pode e deve ser a capital da futura região Norte”, afirmou depois o presidente reeleito.

Rui Santos disse acreditar que a experiência proveniente das competências que o Estado central delegou nas autarquias, associada à localização geográfica e ao capital humano, fazem deste município a “escolha evidente para a capital do Norte”.

“E quando afirmamos que lutaremos por uma ligação ferroviária entre Porto e Zamora, com passagem por Vila Real, ou na conquista do ensino da medicina na nossa Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, não estamos a fazer promessas eleitoralistas. Estamos, isso sim, a semear para mais tarde colher e a reafirmar a nossa crença na nossa capacidade”, salientou.

Depois de dois anos de interregno devido à pandemia, o autarca garantiu para os próximo anos “as melhores corridas automóveis de sempre” e frisou que os compromissos eleitorais assumidos nesta campanha são “compromissos de honra”.

“Acabaram os tempos de compromissos que saltavam de eleição para eleição, sem nunca serem concretizados. Acabaram as promessas eternamente adiadas”, salientou.

Há, no entanto, projetos como a construção da nova zona industrial ou das novas piscinas de Codessais, “que se mantêm no manifesto sufragado” porque, “devido à dimensão, complexidade, pelo valor envolvido, associados à burocracia e calvário da contratação pública, necessitam de mais de quatro anos para serem concluídos”.

“No caso concreto do mandato anterior, devemos considerar ainda a pandemia de covid-19, que alterou profundamente todo o planeamento, quer do trabalho da autarquia, quer das nossas vidas particulares”, frisou.

Nos próximos anos, o presidente quer investir 9,5 milhões de euros na Estratégia Local de Habitação de forma a dar “habitação condigna a quem não a tem e interferindo, dentro do que é possível, nos preços do mercado do arrendamento”.

Quer ainda abrir os passadiços das Escarpas do Corgo e o museu da Central do Biel, acabar a nova zona empresarial, construir as novas piscinas e continuar a “diplomacia económica”, criando emprego e dinamizando a economia.

Rui Santos anunciou que a nova concessão dos transportares públicos arranca em janeiro e que se pretende também “continuar a baixar os impostos municipais”.

“Queremos manter uma câmara financeiramente saudável que abateu 10 milhões de euros de dívidas que herdou e paga aos seus fornecedores em dois dias. E a nossa ambição para Vila Real não termina nas fronteiras do concelho ou no edifício da câmara municipal”, sublinhou.

Nestas autárquicas, o PS conquistou cinco mandatos e o PSD dois para o executivo municipal.

Rui Santos lembrou que, pela primeira vez desde 1976, Vila Real “decidiu escolher maioritariamente todas as 22 candidaturas” apresentadas ou apoiadas pelo PS à câmara, à Assembleia Municipal e às 20 juntas de freguesia do concelho.

Deixou ainda uma palavra de reconhecimento aos outros candidatos a presidente de câmara nas eleições de 26 de setembro: Luís Tão, pela coligação “Vila Real à frente” (PSD/CDS-PP e Aliança), Luís Santos, pelo Bloco de Esquerda, Alexandre Coelho, pela CDU e Sérgio Ramos, pelo Chega.

BE e CDU não elegeram qualquer representante, pelo que o presidente assumiu o compromisso de continuar “um diálogo proveitoso com estas duas forças políticas”.



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