O presidente da Câmara de Vila Real desafiou hoje o Governo a fazer rapidamente um ajuste direto para que seja retomada a carreira aérea que liga Trás-os-Montes ao Algarve

“É mais um atraso. E desafio o Governo a fazer rapidamente um ajuste direto para resolver a situação”, afirmou hoje o socialista Rui Santos, que reagia à recusa de visto pelo Tribunal de Contas ao contrato de concessão da ligação aérea entre Bragança - Vila Real – Viseu – Cascais - Portimão.

Esta semana, no parlamento, o diretor da empresa concessionaria Sevenair, Carlos Amado, disse que o retomar do serviço está dependente da assinatura de um novo contrato entre as partes (empresa e Governo), depois de o Tribunal de Contas ter recusado visto ao que fora subscrito previamente, por irregularidades detetadas em datas mencionadas no documento.

O serviço aéreo regional foi suspenso em outubro, depois da Sevenair ter denunciado a falta de pagamento do Estado à empresa concessionária.

“Espero que rapidamente o Governo encontre uma alternativa. Não sei exatamente quais são os fundamentos desse chumbo por parte do Tribunal de Contas”, realçou Rui Santos.

O autarca disse que “esta linha só está interrompida quando o Governo é do PSD e CDS-PP”.

“Nós [PS] assumimos responsabilidades em novembro de 2013 e imediatamente o avião retomou, passado um mês ou dois. Esteve em funcionamento até 2024, mudou o mudou o Governo e deixou de estar em funcionamento”, apontou, considerando que se trata de uma “linha absolutamente fundamental, importante, reconhecida por todos, quer por empresários, quer por turistas, quer por aqueles que habitam nestes territórios”.

Portanto, concluiu: “não me passa pela cabeça que ela não retome”.

O diretor da empresa também disse, na Comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, que a Sevenair tentou ao máximo continuar com os voos, recordando que ainda foram feitos dois ajustes diretos temporários, um pelo anterior Governo do PS e outro já pelo atual executivo da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP/PPM), mas os sucessivos atrasos no lançamento do concurso, a falta de visto do Tribunal de Contas e os atrasos nos pagamentos obrigaram a empresa e entrar em ‘lay-off’.

O serviço aéreo regional é financiado pelo Estado para garantir um serviço público que reforce a coesão territorial, ao ligar cidades do interior entre o norte o sul do país.



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