O presidente da Câmara de Vila Real garantiu hoje que a recuperação da pista do aeródromo municipal vai “avançar com certeza”, com apoios do Governo ou verbas próprias, e realçou a importância da infraestrutura para o PS.
A Câmara de Vila Real anunciou em julho o encerramento do aeródromo municipal “por tempo indeterminado” à operação de aviões, depois de ter sido detetado "um perigo de abatimento na pista".
Cinco meses depois, o assunto voltou a estar em destaque durante a Assembleia Municipal de Vila Real, que decorreu terça-feira à noite.
“Deixo aqui uma garantia: se for possível fazer um contrato-programa, muito bem, faremos a obra com a ajuda do Estado central, se não for possível faremos na mesma, embora, como governar é escolher, isto significa que haverá qualquer coisa que não se fará”, afirmou aos jornalistas o presidente Rui Santos (PS).
Ressalvou que o município está a negociar com o Governo, através dos ministérios das Infraestruturas e da Administração Interna, e considerou que “não faria sentido” a câmara “gastar sozinha os seus parcos recursos”.
A intervenção poderá rondar entre “os 400 ou 500 mil euros".
“Mas é uma obra que avançará com certeza. Para nós o aeródromo sempre foi importante. O PSD é que deixou que à volta do aeródromo construíssem um kartódromo, se alargasse a adega cooperativa e se construíssem ‘stands’ de automóveis”, afirmou.
E continuou: “sempre alertamos para a importância do aeródromo e não só vamos compor a pista como vamos construir lá um centro de Proteção Civil, melhorando o cais de embarque e toda a área envolvente”.
Em consequência do encerramento da pista aos aviões, já que os helicópteros continuam a poder aterrar, Vila Real deixou de ser paragem na carreira aérea que liga Bragança a Portimão (Faro), com passagem ainda em Viseu e Cascais (Lisboa), e os dois aviões médios anfíbios que ali estavam aparcados, no período crítico de incêndios, foram reposicionados.
O PSD, através do deputado Vasco Amorim, destacou a importância que o aeródromo desempenha no concelho e na região, considerando que “é essencial” para a Proteção Civil, no combate a incêndios florestais, o desenvolvimento do turismo, as viagens de negócios, formação e treino da aviação civil do Aeroclube de Vila Real.
Por isso defendeu uma “urgência nos procedimentos” para permitir a “intervenção imediata de recuperação da pista” e considerou que o avião voltar a aterrar em Vila Real é um “desígnio que todos devem assumir”.
Também Patrique Alves, pelo CDS-PP, questionou o executivo e quis saber quando “terão lugar” as obras no aeródromo que possibilitem a reabertura da pista.
Na Assembleia Municipal, o PSD apresentou ainda uma moção para exigir ao Governo a reabertura da Linha Ferroviária do Corgo entre Vila Real e a Linha do Douro, em Peso da Régua, e a sua integração no Plano de investimentos em Infraestruturas Ferroviárias.
Esta linha foi encerrada em 2009, no governo socialista de José Sócrates.
O CDS-PP mostrou-se a favor da reabertura deste ramal, enquanto o PS, que votou contra a moção, disse defender a reabertura da linha do Corgo não só até à Régua mas também até Chaves, cujo troço foi encerrado em 1980, no Governo de Cavaco Silva.
Foto: António Pereira