Autarcas do Alto Tâmega vão concentrar-se na terça-feira frente à sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e do Ministério das Finanças, em Lisboa, para contestar o encerramento do único balcão bancário de Pedras Salgadas, em Vila Real.

No âmbito do plano de reestruturação da CGD, o banco público deverá encerrar, a 29 de junho, o balcão de Pedras Salgadas, concelho de Vila Pouca de Aguiar, tendo os clientes de se deslocar seis quilómetros até à sede do concelho. Com este fecho, os clientes ficam ainda sem a única caixa de multibanco.

Em comunicado, a câmara de Vila Pouca de Aguiar esclarece hoje que, após várias diligências para reunir com a administração da CGD, que se têm revelado "infrutíferas", uma delegação de cerca de meia centena de pessoas, composta por presidentes de câmaras do Alto Tâmega, juntas de freguesias e deputados da assembleia municipal, vão concentrar-se na terça-feira, às 14:30, frente às instalações da CGD, em Lisboa, com o objetivo de reunir com a sua administração.

Com o mesmo propósito, nesse mesmo dia, às 17:00, a comitiva irá reunir-se frente ao Ministério das Finanças.

Para este encontro, o autarca local convidou ainda deputados da Assembleia da República para se juntar à comitiva de Trás-os-Montes.

Além destas iniciativas, a população tem uma manifestação agendada para dia 29 de junho, dia previsto para o fecho da CGD.

Já na próxima segunda-feira, a Assembleia Municipal de Vila Pouca de Aguiar vai realizar uma sessão extraordinária com o ponto único "encerramento da Agência da Caixa Geral de Depósitos", adianta hoje a autarquia, numa nota publicada na sua página oficial.

Os clientes da caixa de Pedras Salgadas estão já a receber cartas da instituição a dar nota da sua mudança para Vila Pouca de Aguiar.

Na carta, a que a Lusa teve acesso, lê-se que "a preferência de cada vez mais clientes pelo contacto digital, sem constrangimentos de horários ou localização e com maior conveniência, levou a Caixa a otimizar a sua presença física, pelo que, a partir do dia 02 de julho de 2018, a sua agência passará a estar sediada na Rua Comendador Silva, em Vila Pouca de Aguiar".

70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, indicou, na segunda-feira, em comunicado, o banco público.

A CGD não indicou quantas são exatamente as agências que fecharão até final de junho nem onde se situam, dizendo apenas que muitos desses balcões estão em áreas urbanas.

A CGD tinha 587 agências em Portugal no fim de 2017 e quer chegar ao final deste ano com cerca de 517.

A redução da operação da CGD, incluindo o fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.

Em 2017 já tinham fechado 67 balcões, encerramentos que provocaram muita polémica e protestos, sendo o mais conhecido o caso de Almeida.

Assim, com o encerramento destes 70 balcões, a CGD terá ainda de fechar mais 43 balcões nos próximos dois anos.

Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão São Vicente da Beira (Castelo Branco), Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal) e Avanca (Estarreja).



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