Autarcas exigiram hoje que o Plano de Ordenamento da Albufeira do Baixo Sabor esteja concluído até ao final de 2021, porque sem este mecanismo, não é possível investir num território "pleno de potencialidades turistas e de biodiversidade".

"É inadmissível que o Plano de Ordenamento da Albufeira do Baixo Sabor esteja atrasado cerca de três anos. Com o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) à porta, não conseguimos candidatar os nossos projetos, porque ainda não temos o plano aprovado. Isto terá de acontecer até ao final do ano", disse à Lusa o presidente da Associação de Municípios do Baixo Sabor (AMBS), Nuno Gonçalves.

O também presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, disse que está a ser elaborada “ uma versão do Plano de Albufeiras” por uma equipa de especialistas, selecionados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e que os quatro municípios que integram a AMBS serão depois notificados para saberem o resultado final, para depois se poderem pronunciar sobre o documento.

"Isto já deveria ter sido feito há muito tempo e o atraso é já de muitos anos, e que o projeto dos Lagos Sabor não seja só um prospeto de papel, mas sim um fator de desenvolvimento económico para um território resiliente que quer atrair turistas para a região", vincou o autarca transmontano.

Os quatro autarcas dos concelhos abrangidos pela albufeira do Baixo Sabor (Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros) afirmam que este Plano de Ordenamento "já deveria estar feito há muito tempo".

"Não havendo um Plano de Ordenamento, fica sempre a incerteza daquilo que se pode ou não fazer e assim os investidores nacionais e internacionais que procuram este território para investir no turismo natureza retraem-se", enfatizou Nuno Gonçalves.

A falta do Plano de Ordenamento da Albufeira do Baixo Sabor poderá inviabilizar projetos já delineados como os "Lagos do Sabor", constituídos por cerca de 70 quilómetros navegáveis numa albufeira que resulta da construção da barragem do Baixo Sabor, abrangendo quatro concelhos do distrito de Bragança: Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.

Segundo os quatro municípios promotores, os "Lagos do Sabor" são um "projeto identitário daquele território, para criar um eixo de turismo sustentável".

Em 2017, foi aprovada uma candidatura ao Portugal 2020 com o objetivo de promover a valorização turística do património natural da albufeira do Baixo Sabor e marca "Lagos do Sabor".

Ao longo do percurso estão já colocadas 34 estruturas feitas em madeiras, "que não criam impacto visual" na paisagem, onde serão colocados mapas, roteiros, sugestões gastronómicas ou monumentos a visitar nos quatro concelhos que integram o circuito.

O projeto "Lagos do Sabor" prevê ainda a criação de um "Eco-Resort" flutuante, com unidades de alojamento e capacidade de navegação nos lagos e pontos de ancoragem em forma de flor de amendoeira com pequenas piscinas centrais.

A isto, somam-se praias fluviais e ancoradouros, abrangendo os quatro municípios numa única gestão ao longo de 70 quilómetros de lagos. Outras das iniciativas passa pela criação de um sistema de visitação do território com uma embarcação de passeio, dotada de conteúdos interpretativos e realidade aumentada, e o reordenamento da rede de percursos pedonais, promovendo a sua ligação através de um grande circuito panorâmico automóvel.

Em 2017, foi aprovada uma candidatura ao Portugal 2020 com o objetivo de promover a valorização turística do património natural da albufeira do Baixo Sabor e marca "Lagos do Sabor.



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