O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Artur Nunes, mostrou-se hoje mais tranquilo depois de o Governo ter garantido um laboratório para a realização de testes à covid-19 no Nordeste Transmontano.
Várias entidades e ministérios assinaram hoje, em Bragança, procotocolos que vão permitir que o Instituto Politécnico de Bragança passe a realizar os testes em lares de idosos e os que são pedidos pelo Serviço Nacional de Saúde no distrito de Bragança.
Até agora, a região dispunha apenas de um centro oficial de recolha, em Macedo de Cavaleiros, e a análise era feita no Porto.
A CIM Terras de Trás-os-Montes já tinha reclamado uma solução para a região, nomeadamente para os lares onde se encontra a população mais vulnerável, e tinha disponível um milhão de euros para apoiar a concretização desta medida.
A solução surgiu sem necessidade do apoio financeiro da CIM, mas o presidente garantiu que continua “disponível para financiar, apoiar no combate à pandemia”.
O passo que foi hoje dado “dá alguma tranquilidade aos presidentes de câmara e às instituições locais, e mostra que os profissionais de saúde também saem reforçados com uma resposta diferenciada e mais próxima das suas necessidades”, disse.
“É o que vimos a reivindicar há muito tempo, é uma reivindicação que foi cumprida com estas parcerias”, afirmou o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes.
Artur Nunes realçou “a colaboração institucional, quer do governo para a administração local e regional e também ao nível dos autarcas, das instituições locais”.
Os protocolos hoje celebrados envolvem o politécnico de Bragança, Unidade Local de Saúde do Nordeste e os ministérios da Coesão Territorial, Ciência e Ensino Superior e Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O politécnico e ULS juntaram conhecimento e uma equipa de cerca de 30 profissionais que irá realizar testes e a análise à covid-19 a partir do laboratório instalado no Centro de Investigação de Montanha (CIMO).
“Mostra ao governo que termos esta capacidade de mobilizar, de produzir e de responder a problemas em caso de grande necessidade e grande urgência e mostra que nós temos um capital humano muito forte, temos uma capacidade de investigação muito boa ao nível do IPB”, considerou o presidente da CIM.
Artur Nunes salientou que esta é também uma oportunidade de dizer a quem olha para o distrito de Bragança “com uma cara de longe e de algum atraso” que aqui também há “boas instituições, bons técnicos de saúde, um bom instituto politécnico e também as autarquias têm feito o seu trabalho de cooperação e ao nível das pessoas”.
Sobre o retrato da região nesta altura da pandemia, o presidente da CIM afirmou que “o mais importante é esta articulação de meios” e que “as coisas vão correr bem e estão a correr bem”.
“Há sempre desespero de pessoas, porque quando nos toca em cada um dos municípios nós ficamos desesperados porque faltam voluntários, gente para trabalhar, (mas) no fundo se houver esta articulação, penso que conseguiremos resolver os problemas rapidamente”, acrescentou.