Autarcas do Douro manifestaram-se hoje satisfeitos com o facto de o Governo se ter comprometido com a reativação da Linha do Douro até Barca d’Alva, destacando a importância do projeto para a economia e turismo do território.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, anunciou hoje em Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, que no primeiro trimestre de 2023 será lançado o concurso público para a elaboração do estudo prévio e o projeto de reativação da Linha do Douro entre o Pocinho (Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo).

À margem da apresentação dos estudos de viabilidade económica, técnica e ambiental da reativação de 28 quilómetros daquele troço da Linha Ferroviária do Douro, o presidente da câmara da Régua, José Manuel Gonçalves, disse que se começa a vislumbrar a correção de “uma injustiça” que existe para com o território do Douro.

“A Linha do Douro é muito importante e fundamental para o desenvolvimento de toda esta região. O desinvestimento na linha [do Douro] tem penalizado, em muito, este território. E, felizmente, hoje vimos uma sensibilidade diferente para com este anseio. O que é certo é que as populações e os autarcas nunca desistiram e temos um Governo que está a ser sensível às nossas revindicações”, vincou o autarca social-democrata.

José Manuel Gonçalves mostrou-se convencido de que a reativação da Linha Do Douro até à fronteira será “uma realidade”.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso, disse que já se vê “uma luz ao fundo do túnel” em todo este processo da reativação do troço entre o Pocinho e Barca d’Alva.

“Hoje, o senhor ministro das Infraestruturas deixou aqui a sua palavra de que o concurso para o projeto iria ser lançado no primeiro trimestre de 2023. Mal andaria o país se a palavra pública dos políticos não fosse cumprida. E, palavra dada aqui [Freixo de espada à Cinta] tem mesmo de ser honrada”, frisou o autarca do PSD.

Já o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Douro, Carlos Silva, destacou a quantidade de postos de trabalho que podem ser criados na região com a reativação do troço ferroviário até à fronteira com Espanha.

“Este território do Douro tem de ter vitalidade e gente para nele viver, e nós não podemos andar sempre a reboque dos espanhóis, apesar de ser importante o prolongamento da linha para lá da fronteira”, enfatizou o também autarca de Sernancelhe.

O presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, o socialista Nuno Ferreira, é da opinião de que “aquilo que uns no passado fecharam, hoje está-se a trabalhar para voltar a abrir”.

“Esta linha é vital para o nosso desenvolvimento, não só para a região do Douro, bem como para o país”, destacou.

O estudo de viabilidade económica da reabilitação da Ligação Ferroviária Pocinho/Barca d’Alva, hoje apresentado, aponta para uma estimativa global de custos na ordem dos 75 milhões de euros, dos quais 60 milhões de euros serão destinados à obra de reabilitação, 3,5 milhões de euros para projetos e 11,2 milhões de euros para fiscalização e estaleiro.

Revela ainda que os benefícios totais “são de 84,2 milhões de euros” e que o troço reaberto irá gerar “importantes impactos” no setor do turismo (hotelaria, restauração, transportes), permitindo mitigar a tendência de decréscimo da população residente.

O projeto tem uma dimensão regional, com impactos económicos principalmente nos municípios diretamente servidos por este troço, designadamente, Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, mas que se estendem a todo o território do Douro e a concelhos da região Centro. São 22 os municípios beneficiários.

O estudo indica ainda que a reabertura deste troço da Linha do Douro representa uma redução do tempo de viagem em cerca de “30 minutos”, quando comparado com a alternativa rodoviária existente.



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