A Câmara de Bragança aprovou hoje por unanimidade uma posição a reivindicar um período de carência de pagamento de portagens no Túnel do Marão, que completa a ligação em autoestrada Bragança/Porto e abrirá nos próximos dias.
A proposta foi apresentada pelos eleitos do PS, Vitor Prada Pereira e André Novo, e apoiado pela maioria social-democrata pelo presidente da Câmara Hernâni Dias para ser enviada aos órgãos de soberania nacionais e entidades locais.
O autarca afirmou à Lusa que está "a ser coerente" ao apoiar esta reivindicação junto do Governo socialista depois de ter apresentado um documento idêntico ao anterior Governo do PSD/CDS-PP, em maio de 2014, a defender um período de carência não inferior a dez anos em toda a autoestrada que liga Bragança a Vila Real e que inclui o Túnel do Marão.
Trata-se do traçado que completa a A4, projetada há mais de 30 anos para ligar o Porto à fronteira, em Bragança, que começou por ligar o Porto a Amarante, tendo continuidade para o Interior com o antigo IP4.
O IP4 foi transformado na quase totalidade, entre Bragança e Vila Real, em autoestrada em duas empreitadas, a primeira correspondente à Transmontana está operacional, enquanto a segunda, a concessão do Marão, que incluiu o túnel, esteve parada três anos.
O túnel e mais alguns quilómetros de estrada deverão abrir nos próximos dias e o preço das portagens já está fixado entre os 1,95 euros para os veículos classe 1 e os 4,90 para os de classe 4, segundo avançou à Lusa fonte oficial.
De acordo com a fonte as portagens a praticar na Autoestrada do Marão são de 1,95 para veículos de classe 1, de 3,40 (classe 2), 4,40 (classe 3) e 4,90 (classe 4).
OS vereadores do PS na Câmara de Bragança são contra as portagens no túnel e defendem que "ninguém" deve pagar durante um período de carência, que o eleito socialista André Novo disse à Lusa deixar ao critério de quem decide, com um propósito definido: "estimular a economia regional".
A proposta é sustentada com o facto de "o distrito de Bragança ter sido o último de Portugal a ter autoestrada e o isolamento a que a região foi votada durante anos com o aumento das assimetrias em relação ao grosso do território nacional".
O documento vinca ainda que as novas rodovias têm de contribuir para "a melhoria das condições de vida das populações transmontanas" e reclama que "a região Trás-os-Montes devia ser alvo de medidas de descriminação positiva já que ao longo do tempo, devido ao seu isolamento, houve reflexos negativos a nível económico e social, demográfico e até político".
O presidente da Câmara de Bragança, o social-democrata Hernâni Dias, afirmou que tanto ele como todo o executivo do PSD subscreveram esta posição por entender que "seria justo" este período de carência no pagamento de portagens, a que agora chama "período de convergência".
"Será justo que haja um período de alguns anos para superar carências, desigualdades, anos de centralismo" e impulsionar "os agentes do Interior, as empresas e o tecido económico".
O autarca defende que o Governo "deve ser sensível aos anseios das populações" e espera que "como tem ocorrido noutras circunstâncias, também" seja atendida esta aspiração da região.
Lusa