A construção da auto-estrada entre Vila Real e Bragança, cujo concurso público será lançado até Dezembro, representa a concretização de um «sonho» e ajudará a «desencravar» economicamente a região, afirmou hoje o presidente da Câmara de Bragança.
O autarca Jorge Nunes reivindica a transformação do actual Itinerário Principal 4 (IP4) em auto-estrada desde que foi eleito em 1998.
O prolongamento da auto-estrada 4 (A4) entre Amarante, Vila Real, até à fronteira em Quintanilha, Bragança, foi incluído no Plano Rodoviário Nacional em 2004, mas só agora se começam a dar os primeiros passos para a sua concretização.
No âmbito da iniciativa «Governo Presente» que o primeiro-ministro realizou este fim-de-semana no distrito de Vila Real, José Sócrates fez questão de anunciar e definir com «clareza» o calendário para o prolongamento da A4 entre Amarante e Vila Real que definiu como uma «grande prioridade».
No domingo teve início formal a consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projecto «IP4 - Vila Real (Parada de Cunhos) e Bragança (Quintanilha), que vai aproveitar parte do corredor do actual IP4 para a construção da auto-estrada.
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, o resumo não técnico do EIA pode ser consultado até 02 de Agosto na sua sede em Lisboa e na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (Porto).
Poderá ainda ser consultado nas juntas de freguesia e câmaras dos concelhos atravessados pelo IP4, designadamente Vila Real, Sabrosa, Alijó, Murça, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança.
José Sócrates anunciou que a avaliação do EIA estará terminada a 30 de Agosto e que, a partir desse momento, se poderá lançar o concurso para a construção daquela via.
O ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, que acompanhou Sócrates na visita ao distrito, referiu que »tudo aponta« para que os impactos ambientais provocados pela construção da auto-estrada sejam »mínimos« e »aceitáveis«.
Isto porque, segundo Nunes Correia, »grande parte do percurso da auto-estrada coincide com o corredor do actual IP4«.
O ministro do Ambiente salientou ainda que os impactos »positivos« da auto-estrada, nomeadamente a nível socio-económico, »ultrapassam os impactos negativos«.
O primeiro-ministro considerou que a A4 irá trazer »justiça« e »solidariedade mínima« a Bragança, distrito que não possui um único quilómetro de auto-estrada.
Jorge Nunes considera que a auto-estrada vai ajudar a »desenvolver« o tecido económico da região e »diminuirá« as assimetrias regionais que se foram acentuando nos últimos anos nesta região, que foi assolada por um »declínio demográfico intenso«.
Apesar do processo da auto-estrada Vila Real/Bragança contar »já com um atraso de seis meses« o presidente da Câmara de Bragança diz acreditar que a via estará concluída dentro dos prazos anunciados pelo Governo, designadamente até finais de 2011.
O primeiro-ministro referiu ainda que a 06 de Julho serão abertas as propostas do concurso público internacional para a atribuição da concessão do Túnel do Marão, inserido na futura auto-estrada que vai ligar Amarante a Vila Real.
Esta concessão prevê um investimento de 370 milhões de euros.
Tem ainda por objecto a concepção, construção, aumento do número de vias, financiamento, exploração e conservação, com cobrança de portagem aos utentes do lanço Amarante/Vila Real com a extensão aproximada de 30 quilómetros.
Este projecto inclui a construção do túnel do Marão que terá 5.900 metros de extensão no lanço Padronelo-Campeã.
A futura auto-estrada vai atravessar a Serra do Marão, com início no actual término da A4 em Amarante, pertencente à concessão Brisa, e ligará ao actual IP4 em Parada de Cunhos, nas proximidades de Vila Real.
A nova auto-estrada entre Amarante e Bragança terá uma extensão total de 165 quilómetros e deverá estar pronta no prazo de seis anos.
Esta auto-estrada vai servir de alternativa ao IP4, cujo traçado tem contribuído para o elevado número de acidentes de viação registados desde a sua inauguração.