As ligações de Amarante a Vila Real, em auto-estrada, e à Régua, em Itinerário Complementar, serão adjudicadas ainda este ano, garantiu ao JN o ministro das Obras Públicas, Mário Lino.

O compromisso político do Governo diz respeito também à conclusão da auto-estrada Transmontana, com a transformação do IP4 entre Vila Real e Bragança. O ministro garante que vai lançar o concurso para esta concessão \"no primeiro trimestre de 2008\", com final previsto para 2010 ou, \"se houver peripécias\", para 2011.

A ligação entre Amarante e Vila Real, que prolongará a auto-estrada que sai do Porto, está já em fase adiantada. Na próxima sexta-feira, dia 6 de Julho, o Governo vai receber sete propostas das quais escolherá as duas melhores para entrar na fase de negociação final. A obra, que inclui o túnel do Marão, será então adjudicada ainda este ano.

Ligação à Régua

Mário Lino assume que, \"por razões ambientais, o traçado desta ligação acabou por ser o que os autarcas menos gostavam\". Por isso, em alternativa, o Executivo avança também este ano com a adjudicação do IC26, ligando Amarante à Régua, num traçado sem perfil de auto-estrada. O ministro justifica este investimento com a necessidade de \"criar as melhores condições para o escoamento mais directo para o Porto de produtos vinícolas da região\".

Esta estrada irá servir os concelhos de Amarante, Mesão Frio e Régua, deixando o concelho de Santa Marta de Penaguião entalado entre duas auto-estradas e um Itinerário Complementar, mas sem ligações rápidas às outras sedes de concelho. Para chegar a Vila Real, por exemplo, os habitantes de Santa Marta demoram entre 20 minutos e meia hora para fazer cerca de 17 quilómetros.

Corredor aprovado

O ministro das Obras Públicas salienta que, \"desta vez, o concurso será lançado com o corredor ambiental já aprovado, evitando assim que a meio da obra se tenham que fazer desvios\", como já aconteceu noutras obras. Mário Lino espera que o seu colega do Ambiente lhe entregue até ao final de Agosto a declaração de impacte ambiental para este traçado, permitindo que o concurso possa ser lançado, no máximo, seis meses depois.

A ligação entre o Porto e Bragança (A4) vai encontrar-se com a A24 (antigo IP3), que liga Viseu a Vila Real e a Chaves e termina na fronteira com Espanha. As duas auto-estradas não partilham caminho (ao contrário do que sugere a infografia publicada nesta página, feita a partir de um mapa das Estradas de Portugal), estando prevista a construção de um viaduto para permitir o cruzamento.

Actualmente a ligação entre o Porto e Amarante já se faz em auto-estrada com portagem e essa modalidade é para manter na ligação até Vila Real. A auto-estrada Sem Custo para o Utilizador (SCUT) só vai existir entre Vila Real e Bragança.

Ainda a Norte aguarda-se que seja concretizada a decisão do Governo de passar a cobrar portagens nas SCUT do litoral e espera-se igualmente que uma dessas auto-estradas, a da Costa da Prata, fique concluída, entre Aveiro e o Porto, durante 2009. Para o ano seguinte está prevista a abertura da concessão do Douro Litoral que vai ligar Espinho a Paredes através de um Itinerário Complementar, com perfil de auto-estrada, que faz também ligação ao concelho de Gondomar.

Portugal está ao nível da média europeia na relação entre quilómetros de auto-estrada e quilómetros quadrados de território, mas o Plano Rodoviário Nacional (PRN), revisto em 2000, só tem concluídos 60% dos objectivos. Ainda assim isso significa uma grande evolução em relação há 10 anos, altura em que apenas 31,6% do plano estava concretizado.

Dos mais de 3500 quilómetros de estradas já concluídos, dois mil e quinhentos têm perfil de auto-estrada, mais do dobro que existia há uma década. Muitas destas estradas estão no Norte do país o que leva o ministro das Obras Públicas a desabafar que, \"muitas vezes, a imagem do Norte é a de que nunca se faz nada lá, mas isso não corresponde à verdade\". Mário Lino dá o exemplo do Grande Porto onde \"a rede rodoviária é espantosa e permite ligações entre os concelhos com muita comodidade\".

O ministro recorre também aos números para salientar que o PNR nacional tem uma concretização de 60%, mas chega aos 78% em Vila Real. O governante reconhece razões de queixa ao distrito de Bragança, \"o único do país que não tem auto-estradas\", mas garante que até ao final da legislatura arrancarão as obras para transformar o IP4 numa auto-estrada. O crescente número de quilómetros de auto-estradas, IP e IC, permitiu a Portugal reduzir para metade, em sete anos, o número de mortos na estrada.



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