A debandada de serviços de Chaves para a capital de distrito, Vila Real, continua e, depois de os flavienses terem perdido a maternidade, o Gabinete Médico-Legal de Chaves, que funciona no hospital local, deixou de realizar autópsias desde o início do ano.

O Gabinete Médico-Legal (GML) de Chaves cobre os concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre e Valpaços e a totalidade das autópsias eram ali realizadas. As funerárias garantem que, além dos funerais poderem atrasar vários dias, os seus serviços podem encarecer cerca de 500 euros com o transporte de Vila Real.

Ao que o DN apurou, o Ministério da Justiça, relativamente ao funcionamento do GML, informou as autoridades competentes que a partir do primeiro dia de 2009 o referido gabinete deixava de contar com qualquer perito. Ramón González, o seu coordenador, pediu exoneração das funções e os dois médicos-peritos pediram rescisão de contrato.

O Ministério da Justiça ainda contactou a médica Maria de los Angeles Monteagudo, para que esta possa iniciar funções de perita no GML, mas não obteve qualquer resposta.

Sem soluções, foi deliberado que o GML passasse a ser dirigido pelo actual coordenador do Gabinete Médico-Legal de Vila Real, Matos de Oliveira. Por impossibilidade dos peritos de Vila Real se deslocarem a Chaves para realizar autópsias, estas passam a ser realizadas em Vila Real.

A tomada desta medida, ao que apurou o DN, deve-se ao baixo número de autópsias realizadas em 2007 (42) e 2008 (58) e ao facto da ligação rodoviária estar facilitada.

A situação não está a ser pacífica e quem não entende a passagem das autópsias para Vila Real são as funerárias. João Medeiros, agente funerário, chama atenção para o atraso que os funerais podem ter: \"Em Chaves sempre se realizaram as autópsias de toda a região. Com esta medida, os funerais podem atrasar três ou mais dias, pois é um dia para levar o corpo, com sorte é autopsiado logo no seguinte, e outro dia para regressar.\" O agente funerário argumenta que esta situação vai trazer encargos acrescidos a rondar os 500 euros.

No que se refere aos exames de clínica médico-legal, e porque há disponibilidade de dois peritos de Vila Real para se deslocarem a Chaves, duas vezes por semana, continuam a ser feitos no GML. Mas os exames sem marcação, habitualmente pedidos pelas forças policiais para testar agressões, ainda não foram definidos e tal como as autópsias também podem passar para Vila Real.



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Não compensa o esforço

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