O Magna Olea, azeite produzido numa quinta de Vale de Madeiro, Mirandela, foi distinguido num dos mais importantes prémios mundiais. O responsável, Jerónimo Lima, trata e apanha sozinho a azeitona das 6000 oliveiras.
O Azeite de Trás-os-Montes DOP (Denominação de Origem Protegida) ficou classificado entre os melhores azeites do mundo no Prémio Mario Solinas (Espanha), um dos mais prestigiados, promovido anualmente pelo Conselho Oleícola Internacional (COI). Neste concurso são premiados azeites de três categorias: frutado intenso, frutado médio e frutado ligeiro, e destacados os que chegam a finalistas. Na edição deste ano, participaram 84 azeites, em representação de oito países: Espanha, Portugal, Grécia, França, Itália, Marrocos, Israel e Egipto.
Na categoria de frutado intenso, o vencedor foi o Magna Olea, de Trás-os-Montes, registada no final de 2006, do produtor Jerónimo de Abreu e Lima da Quinta da Fonte, Vale de Madeiro, Mirandela, que confessa ter sido uma surpresa esta vitória. \"Não tinha grande esperança de ganhar porque é um concurso de alto gabarito\" refere. No entanto, este olivicultor considera que o mérito \"é das características do micro-clima da região\". De resto, basta o agricultor \"caprichar\" e ter cuidado na selecção e \"avaliar a altura ideal da maturação da azeitona para a colher\" afirma. Outro dos segredos para obter um azeite de qualidade passa pela apanha o mais cedo possível, contrariando a versão popular que só deve acontecer depois de Janeiro. \"Na última campanha comecei a apanha no dia 2 de Novembro, porque quanto mais cedo se apanhar a azeitona, melhor é o paladar do azeite produzido\", garante este olivicultor licenciado em história, mas que se dedica exclusivamente à agricultura há 20 anos.
Jerónimo tem 6000 oliveiras, mas devido à falta de rentabilidade no sector, há três anos que trabalha sozinho. \"Para o trabalho, o investimento e para os riscos, não é possível contratar ninguém\", adianta. Mesmo assim, só precisa de 20 dias para fazer a apanha da azeitona. \"Durante a campanha não há domingos nem feriados para que a azeitona não amadureça demais e só não trabalho de noite porque por não ter visibilidade\", conta o agricultor que utiliza uma moderna máquina vibradora com lona incorporada.