Depois de vários adiamentos devido a um processo jurídico, começaram as obras de construção do Museu da Oliveira e do Azeite, que devem estar concluídas dentro de um ano.
O projecto foi apresentado há cinco anos. Após três anos de paragem, devido a problemas com o empreiteiro, a autarquia mirandelense conseguiu a rescisão do contrato, tomou posse administrativa da obra, abriu novo concurso e entregou a obra a novo empreiteiro. No entanto, \"ainda foi preciso esperar pelo visto do tribunal de contas\" conta o vice-presidente do Município, António Branco.
Sendo o azeite uma riqueza do concelho, a autarquia vai apostar fortemente neste produto para promover turisticamente a cidade. O futuro Museu da Oliveira e do Azeite (MOA) \"não pretende ser um museu tradicional, mas sim um espaço interactivo, onde os visitantes vão ficar a conhecer toda a fileira regional e fazer um reconhecimento do próprio produto desde a produção até à valorização e comercialização\", afirma o vereador. O objectivo passa ainda por mostrar aos turistas, que passem pela cidade, os lagares de azeite em pleno funcionamento e conceder-lhes a oportunidade de visitar olivais, na época da apanha da azeitona.
Trata-se de uma nova forma de promover o concelho, porque actualmente os milhares de turistas que visitam a cidade ao longo do ano, \"têm apenas a possibilidade de apreciar as zonas verdes, a beleza da paisagem com o rio Tua de fundo e a compra de produtos regionais, nas lojas tradicionais\", diz António Branco. Com este museu, \"os turistas passam a levar alguma coisa sobre a identidade local e mais conhecimento sobre uma fileira importante para o desenvolvimento económico da região\", acrescenta o vereador.
A fase de construção do MOA está orçada em cerca de 600 mil euros, sendo que o equipamento a instalar no interior será alvo de uma candidatura a fundos comunitários. Recorde-se que, devido a este atraso na conclusão da obra, perderam-se as verbas da União Europeia que estavam previstas.
No entanto, António Branco revela que, como o museu será um dos núcleos do museu do Douro, \"poderá ser incluído no novo programa de financiamento\".
O MOA vai ficar situado no centro de Mirandela, tendo a edilidade decidido recuperar um edifício emblemático, uma antiga moagem desactivada, para aí instalar o novo equipamento.
Está previsto no átrio do imóvel um pequeno bar onde vão servir-se torradas barradas com azeite e saladas onde se podem utilizar diversos tipos de azeite.
No espaço museológico, vai surgir um lagar tradicional, um pátio com uma oliveira cuja iluminação vai proporcionar uma visão diferente. Ainda ao nível do rés-do-chão, vão estar expostos diversos utensílios ligados à apanha da azeitona e ao seu fabrico tradicional. O espaço será sonorizado com cantigas ligadas à actividade e decorado com imagens ligadas aos diversos ciclos da produção. No primeiro andar vão ser criadas seis secções, cada qual com um tema ligado ao aproveitamento do azeite, como a gastronomia, a iluminação e aquecimento, a perfumaria, a medicina, e outros. Está ainda previsto um auditório com 50 lugares.