O responsável pelo Centro Oncológico de Vila Real, Carlos Vaz, fez hoje um balanço «positivo» dos primeiros seis meses de funcionamento desta unidade, que já permitiu reduzir o número de deslocações de doentes para tratamento no Porto.

Integrado no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), o Centro Oncológico de Vila Real foi inaugurado em Julho pelo primeiro-ministro, José Sócrates, representando um investimento de 11 milhões de euros.

Seis meses depois, Carlos Vaz, presidente do Conselho de Administração do CHTMAD, faz um balanço «extremamente positivo», salientando que todas as áreas do centro oncológico «já estão a funcionar».

«O internamento (27 camas) está a funcionar a 100 por cento, a consulta externa e os tratamentos de quimioterapia estão com uma taxa de ocupação elevada e começámos em Dezembro com os tratamentos de radioterapia», salientou.

Carlos Vaz destacou o «trabalho fulcral» das equipas médicas, constituídas por cerca de 15 clínicos, no tratamento de doentes oncológicos da região transmontana que antes tinham de se deslocar para o Hospital de São João e o Instituto Português de Oncologia, ambos no Porto.

«Não fazia grande sentido que os nossos doentes tivessem que se deslocar para o Porto com problemas graves de saúde», frisou.

Segundo Carlos Vaz, antes da entrada em funcionamento do Centro Oncológico de Vila Real eram feitos «cerca de 20 mil transportes por ano».

No entanto, na área da radioterapia, em Vila Real estão a ser recebidos essencialmente doentes «em primeira linha», ou seja, em início de tratamento, porque não é aconselhado aos pacientes mudar de local de tratamento.

Apesar de ter entrado em funcionamento apenas no início de Dezembro, o serviço de Radioterapia já está a fazer tratamento a 21 doentes, o que equivale a quase metade da taxa de ocupação da unidade.

De acordo com Carlos Vaz, no final deste ano ou início de 2010 irá ser lançado o concurso para aquisição de um novo equipamento de radioterapia, designadamente um acelerador linear.

O centro oncológico de Vila Real foi o primeiro a ser construído fora dos grandes centros urbanos e está incluído na organização da Rede de Referenciação Hospitalar de Oncologia, classificado como Hospital de Plataforma B, como tal possui capacidade para tratar cerca de 80 por cento dos casos de cancro registados na região transmontana.

Neste território registam-se anualmente cerca de 1.700 novos casos de cancro.

Desde que abriu as portas, a unidade já recebeu 151 doentes para fazer tratamento de quimioterapia, tendo realizado 3.618 sessões de quimioterapia.

Carlos Vaz reconheceu que o centro oncológico ainda «não possui» o número suficiente de médicos, salientando a necessidade de reforçar as equipas a «muito curto prazo».



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