A cidade de Miranda do Douro acolhe, entre hoje e segunda-feira, o Festival GEADA. A iniciativa é promovida pela Associação Recreativa da Juventude Mirandesa e tem a ver um pouco com as tradições de Inverno na região.
«Bamos derritir l carambelo», ou, para que o mirandês não atrapalhe, «Vamos derreter o gelo». Este é o lema do certame. Uma ronda pelas adegas do centro histórico, com provas de vinhos e fumeiro em volta da fogueira do galo, é o mote para receber as varias dezenas de participantes, oriundos um pouco de todo o país, que já fizeram questão de se inscrever nas várias actividades propostas pelo GEADA.
O festival assinala este ano o décimo aniversário da «lhéngua», com várias actividades e conferências, em que marcam presença os maiores estudiosos do mirandês na actualidade, tendo como tema central «Falar ye bibir» («Falar é viver»).
Segundo Ivo Mendes, da organização do festival, há um leque de participantes vindos do mundo encantado das gaitas de foles, dos pauliteiros. Estarão presentes grupos emblemáticos como os Tuttis Catraputtis, os Roncos do Diabo ou o grupo de Caretos de Podence.
Vindos da região do Minho, estarão igualmente os Ares da Raia, além do Grupo de Bombos de São João Darque.
Da Galiza surgirá um electrizante projecto de música tradicional electrónica, denominado Projecto Trepja. No entanto, os músicos e os pauliteiros mirandeses também não foram esquecidos e ao logo do festival será possível ver e ouvir os já consagrados Lhenga Lhenga e os Pauliteiricos e Pauliteiricas de Miranda, entre outros convidados.
Para mostrar o que faz de melhor por terras de Miranda, o GEADA contempla ainda a I Mostra Associativa Mirandesa e a II Exposição Artística da Juventude Mirandesa -Inovart.
«Cada participante viverá nos próximos três dias uma verdadeira e genuína festa tradicional, desfrutará das belezas deste canto do país e terá tempo para vivências inesquecíveis com base na cultura tradicional», rematou Ivo Mendes.