A barragem das Veiguinhas, em Bragança, poderá não ser construída por alegada desistência da Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro (ATMAD). A empresa apresentou à Câmara de Bragança um sistema alternativo para garantir o abastecimento de água à cidade, mas o executivo municipal já recusou essa proposta.

Aquela albufeira sempre foi considerada pelo município como a solução mais viável para resolver os problemas de abastecimento público na capital de distrito. No entanto, sucessivos pareceres negativos do Instituto de Conservação da Natureza fizeram chumbar o Estudo de Impacte Ambiental da obra.

A Câmara de Bragança e a ATMAD manifestaram a intenção de recorrer à declaração de interesse público da barragem de Veiguinhas, a fim de prosseguir com a concretização do projecto. Mas a empresa parece agora ter dado um passo atrás ao apresentar à autarquia uma proposta de reforço do abastecimento à cidade que não passa pela construção do empreendimento.

A solução apresentada consiste na captação de água no mesmo local para onde está projectada a barragem das Veiguinhas, em plena Serra de Montesinho e junto à nascente do rio Sabor. A captação seria feita através da construção de um açude de oito metros de altura, com a água a ser canalizada por condutas até à barragem de Gostei, que foi edificada para fins de regadio e onde seria criada uma espécie de armazenamento temporário. A água seria depois bombeada até à Estação de Tratamento de Água (ETA).

O autarca de Bragança diz que \\"esta solução parece viável do ponto de vista de engenharia, mas em termos de concepção sofre de alguma irracionalidade\\". Jorge Nunes reconhece que o armazenamento de água, para prevenir tempos de seca, é fundamental. Mas considera que esta solução \\"não dá garantia nenhuma a esse nível\\". Além disso entende que a barragem de Gostei \\"é pequena e tem uma fraca capacidade de armazenamento\\", acrescentando ainda o facto de não ter sido concebida para esse fim.

Por outro lado, o edil argumenta que esta proposta, resultante de um estudo elaborado pelo consórcio CENOR/ENIDRO para a ATMAD, \\"não é amiga do ambiente\\", já que vai gastar energia para bombear água até à ETA. Processo, que no entender de Jorge Nunes, seria desnecessário já que o armazenamento da água em Veiguinhas, através da construção da barragem, \\"permitiria o abastecimento à cidade em caso de gravidade\\".



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