A concelhia do PSD de Vila Flor denunciou que a barragem de Valtorno-Mourão ainda não encheu porque tem fissuras que deixam escoar a água. José Sócrates cortou a fita do equipamento em Abril do ano passado, mas neste momento volta a estar em obras. A empresa intermunicipal Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro (ATMAD) reconhece o problema e garante solução até ao final deste ano.

Os sociais-democratas de Vila Flor dizem estar preocupados com o abastecimento de água ao concelho. \\"Estamos em 2008 e continuamos sem o problema resolvido\\", refere o presidente da estrutura partidária, Pedro Santos. Alega que a Câmara deu garantias aquando da inauguração da barragem de Valtorno-Mourão que o município não mais teria problemas de água, mas o que verificou é que, passado ano e meio, \\"está transformada num estaleiro sem reter um litro de água\\".

O presidente da ATMAD, Alexandre Chaves, contrapõe que a barragem \\"está de boa saúde\\", mas admite que surgiram problemas com pequenas fissuras que não foi possível evitar. O responsável explica que a sua construção foi acompanhada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil e pelo Instituto da Água, que autorizaram a primeira fase de enchimento em Abril de 2006. Permitiu testar a segurança do corpo da barragem e a sua capacidade de estanque. \\"Em ambos os testes não se verificaram anomalias\\", assegura. Os testes à estanquidade da fundação, já com um volume significativo de água, viriam, todavia, a \\"demonstrar a existência de pequenos caudais percolados a uma profundidade de 50 metros\\". Esta constatação levou a ATMAD a adjudicar a uma empresa, por 166 mil euros, a construção de uma cortina para estancar as fugas de água, \\"pelo que até ao final do ano estará garantida a estanquidade da fundação\\", promete Alexandre Chaves.

Relativamente à eventual escorrência de esgotos para a barragem, Alexandre assegura que a Câmara de Vila Flor está a trabalhar para resolver o problema, através de estações de tratamento de águas residuais nas aldeias de Valtorno e Mourão. Por seu lado e mesmo sem ter nada a ver com o problema, a Câmara de Vila Flor, através do presidente Artur Pimentel, garantiu que \\"não vai haver problemas de abastecimento de água ao concelho\\".

Mais barragens

A barragem de Valtorno-Mourão era uma velha aspiração do concelho de Vila Flor. Começou a ser executada em Julho de 2004 e custou três milhões de euros. Foi construída para alimentar a barragem do Peneireiro, que já existia junto à sede de concelho, mas que era insuficiente para dar de beber a toda a população. Durante muitos anos foi necessário adquirir água a Carrazeda de Ansiães para abastecer algumas freguesias. A par desta, a empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro está a executar as barragens de Sambade, em Alfândega da Fé; a das Olgas, em Torre de Moncorvo; a da Ferradosa em Freixo de Espada à Cinta; a do Pinhão, em Sabrosa; e a de Pretarouca, em Lamego. A barragem das Veiguinhas, em Bragança, é outro dos objectivos.



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