A chuva dos últimos dias repÎs as reservas de água em Bragança e afastou no imediato a ameaça de rutura no abastecimento à população, mas a Câmara continua a trabalhar num plano de emergência, anunciou esta quinta-feira o vice-presidente.
Rui Caseiro adiantou que a «situação melhorou muito» neste mês de abril, com a barragem da Serra Serrada «cheia e a transbordar».
Este é o único ponto de armazenamento de água para abastecimento à cidade que, em anos normais, só é utilizado no verão, mas que este ano chegou a ser utilizado no inverno e ainda não tinha conseguido encher devido à falta de chuva.
O município foi obrigado a recorrer com quatro meses de antecedência às reservas, mas as chuvas de abril já repuseram os níveis normais e, neste momento, a cidade está a ser abastecida pelos meios habituais para a época: os efluentes do rio Sabor.
Segundo explicou o vice-presidente da autarquia, «em termos de cenários de um plano de emergência, há pouco tempo Bragança estava num nível três de um a seis, com recurso a sistemas complementares, e neste momento, está no nível um».
«Estamos numa situação muito melhor e, se as condições meteorológicas assim continuarem, com tempo de chuva, estaremos cada vez em situação melhor, no sentido de a Serra Serrada poder garantir o verão», afirmou.
Ainda assim, a autarquia continua a trabalhar num plano de emergência, porque o problema da falta de água mantém-se devido à insuficiência de armazenamento, que só será ultrapassado com a construção de uma segunda barragem, a de Veiguinhas, que foi recentemente aprovada.
Rui Caseiro previa ter o plano de emergência concluído em meados de abril, mas a chuva veio dar mais tempo para a identificação dos meios, que, num cenário de rutura total, terão de ser recrutados nas corporações de bombeiros de todo o país, Exército e também na vizinha Espanha.
«Estão já inventariados meios dos distritos de Bragança, Viseu, Vila Real, foi solicitado também ao Exército que meios teriam disponíveis e aguardamos resposta, assim como estamos a identificar meios de corporações de bombeiros de distritos mais afastados», adiantou.
O município viveu este ano uma situação inédita, devido ao inverno seco que obrigou a recorrer, com quatro meses de antecedência, aos sistemas alternativos de abastecimento à cidade.