«Esta é a maior onda de emigração desde os anos 60», garantiu Filipa Pinho, do Observatório da Emigração. São centenas de jovens licenciados que estão a partir para o Brasil e Angola, sobretudo, bem como Moçambique. A situação já atraiu a atenção dos media estrangeiros e a BBC fez uma reportagem sobre esta «geração E». O canal de televisão inglês chama-lhe «fuga de cérebros».

Natália Santos, professora de 29 anos, do Porto, prepara-se para emigrar. Candidatou-se a 362 escolas nos últimos seis anos. Nunca trabalhou mais nove meses seguidos e o seu salário rondou sempre os 500 euros. «Sinto-me muito frustrada muitas vezes, e desiludida». Agora não baixa os braços e vai emigrar.

Na página da BBC é contado mais um caso, este de sucesso. Trata-se de António Bagal, empresário de 32 anos, de Lisboa. Emigrou para Angola e agora já dá emprego a mais jovens portugueses. «A maioria tem licenciaturas, mestrados, até doutoramentos. E a novidade é que muitos deles já nem querem voltar», afirmou.

«Um engenheiro civil, em Portugal, ganha cerca de 900 euros em início de carreira», diz. Na ex-colónia portuguesa este valor pode quadriplicar. O empresário chama a atenção para o facto do Brasil necessitar de engenheiros e arquitectos devido à necessidade de infra-estruturas para o Mundial de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.



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