O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, lamentou hoje a decisão do número dois do executivo, Pedro Mascarenhas, de se demitir dos pelouros.

O autarca socialista reagiu, em comunicado, referindo que “foi confrontado com a decisão” do vereador, que considera “pessoal”. Benjamim Rodrigues agradece “o trabalho desenvolvido pelo vereador, em prol do concelho, ao longo dos últimos dois anos”.

“Embora lamente esta decisão pessoal, o executivo camarário continuará empenhado em trabalhar na atração de investimento económico para o concelho, no desenvolvimento do município e na execução do orçamento e das grandes opções do plano para o ano de 2020”, acrescenta, sem mais considerações sobre o caso.

O número dois do PS na Câmara de Macedo de Cavaleiros, Pedro Mascarenhas, renunciou dos cargos que ocupava no executivo de maioria socialista, depois de já ter apresentado demissão da presidência da concelhia do partido.

A decisão foi divulgada ontem pelo Diário de Trás-os-Montes e confirmada hoje pelo próprio num comunicado dirigido à população deste concelho do distrito de Bragança, e enviada aos órgãos de comunicação social, no qual justifica a decisão “pela manifesta e assumida ausência de solidariedade e lealdade institucional” por parte de quem dirige a autarquia.

Pedro Mascarenhas conduziu a estratégia que levou o médico Benjamim Rodrigues a ganhar a Câmara de Macedo de Cavaleiros ao PSD, nas autárquicas de 2017. Assumiu o processo enquanto presidente da concelhia do PS, cargo de que também se demitiu, na segunda-feira, e numa altura em que estão marcadas eleições internas para 31 de janeiro.

Mascarenhas foi o segundo da lista da candidatura socialista e ficou com o lugar de vice-presidente até às eleições Legislativas de 2019, às quais concorreu pelo círculo eleitoral de Bragança à Assembleia da República.

O PS em Bragança elegeu apenas um deputado, o cabeça-de-lista Jorge Gomes, e Pedro Mascarenhas regressou à Câmara de Macedo de Cavaleiros como vereador com vários pelouros municipais, enquanto no lugar de vice-presidente permaneceu Elsa Escobar, que o tinha substituído.

No comunicado que divulgou hoje, esclarece que “na sequência de diversos acontecimentos ao longo das últimas semanas” optou “por colocar os pelouros à disposição do presidente do município de Macedo de Cavaleiros”.

“Na defesa desse projeto comum, e não na defesa do ego de cada um, entreguei os pelouros com a convicção de que não podia ser um entrave à vontade de quem dirige a autarquia, mas também, e fundamentalmente, pela sua manifesta e assumida ausência de solidariedade e lealdade institucional”, justifica.

O socialista refere que, num trabalho em equipa, cada um sabe a respetiva “posição e obrigações”, mas também deve saber a “importância do respeito, da dignidade e da solidariedade que é devida a cada um e por cada um”.

Pedro Mascarenhas alega que, “confrontado com a ausência destes princípios”, não lhe restou “outra posição que não a de entregar os pelouros, com a convicção” de que será “mais útil aos macedenses como vereador sem pelouros, assumindo uma plena liberdade de continuar a lutar pelo melhor e pelo desenvolvimento merecido a Macedo de Cavaleiros”.



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