A incerteza quanto ao vencedor da prova de Murça, pontuável para o Nacional de Ralis Promoção, durou até ao final, depois dos três mais competitivos carros do plantel, os Super 1600, terem passado pelo comando. A constante disputa e o empenho dos pilotos em chegarem aos lugares mais altos da classificação contribuíram para que o Rali Vila de Murça/Caves da Porca fosse considerado pela imprensa da especialidade como a melhor prova desta competição até ao momento.
A vitória acabou por ser arrebatada por Evandro Bernardes, ao volante de um Opel Corsa Super 1600, num triunfo que tem mais de mérito do que de sorte. No final, o piloto do Opel Corsa arrecadou dez preciosos pontos para o campeonato, numa altura em que começam a ficar definidos quem são os verdadeiros candidatos ao título.
O rali começou bem para Carlos Matos, que efectuou o melhor tempo na abertura, apesar de ter Fernando Afoito e Francisco Leite muito perto, enquanto Bernardes perdia cerca de 30 segundos para os primeiros depois de uma saída de estrada.
Com um ritmo muito forte, Fernando Afoito impunha-se a Carlos Matos na 2ª especial e levava o Citroën Saxo Super 1600 à liderança. Filipe Leite, o actual comandante do campeonato, colocava o seu Peugeot 106 Kit-Car na terceira posição. Quase de seguida, Carlos Matos via-se obrigado a renunciar à luta, depois do seu Peugeot se debater com problemas de caixa de velocidades.
Fernando Afoito garantia uma vantagem confortável de 15,1 segundos sobre Leite no final da 1ª secção. Evandro Bernardes, depois de uma recuperação desde o 13º lugar, surgia no terceiro posto, a cerca de 27 segundos do líder. Paulo Bibi, Luís Cardoso e Miguel Rodrigues compunham o lote dos pontuáveis, embora nenhum deles se tenha conseguido intrometer na luta pelo podium.
Aparentemente, Fernando Afoito dispunha de uma margem segura para gerir a liderança, vantagem que dilatou ainda mais depois de vencer a 6ª especial. Francisco Leite perdia algum tempo e a segunda posição na geral para Bernardes. Contudo, o líder do campeonato reagia logo a seguir, vencendo a 7ª especial e regressando ao segundo lugar da geral, a 19 segundos de Afoito.
O rali ganhava um interesse acrescido na 8º especial de classificação. Fernando Afoito perdia mais de 15 segundos, não o suficiente para perder o primeiro lugar, mas Evandro Bernardes passava a estar a apenas quatro segundos do líder, depois de uma reacção espectacular.
Na penúltima especial, Fernando Afoito viu-se forçado a arriscar mais e viria a capotar o Saxo Super 1600, sendo obrigado a desistir e deixando o caminho aberto para a vitória de Evandro Bernardes. Francisco Leite já tinha levantado o pé, mas aproveitou a desistência de Afoito para subir um lugar no pódio.
A última especial viria a ser ganha por António Jorge, que no início do rali tivera uma saída de estrada que o fez perder muito tempo, enquanto Evandro Bernardes e Francisco Leite terminavam logo a seguir.
Uma vitória difícil de Evandro Bernardes, mas muito merecida, que também teria sido bem entregue a Afoito, que liderou grande parte do rali. Francisco Leite terminou na segunda posição e aumentou a sua vantagem pontual no campeonato, que continua a liderar.
No terceiro posto terminava Paulo Bibi, em Peugeot 106 Kit Car, enquanto o quarto e quinto lugares eram ocupados por Luís Cardoso, em Citroën Saxo, e João Branco, num Renault Clio de Grupo A.
Rali Sport Club da Régua
Paralelamente ao Nacional de Promoção, disputou-se também em Murça o Rali do Sport Clube da Régua, prova pontuável para o Regional Rali Serras do Norte.
Numa prova marcada pelas desistências, apenas três dos 13 concorrentes que alinharam à partida conseguiram chegar ao final, o que quer dizer que todos os pilotos subiram ao pódio.
José Pedro Miranda acabou por ser o vencedor, depois de um rali onde andou normalmente pelos primeiros lugares, mas onde veio a beneficiar dos azares de Rui Lousado, primeiro comandante da prova, e de António Pereira, que viriam a desistir por problemas mecânicos no seus carros.
A meio do rali já só havia cinco concorrentes em prova e ainda faltavam disputar três especiais de classificação, pelo que se temia o pior. Na primeira dessas três especiais desistiam Rui Lousado e António Pereira, que eram precisamente os dois primeiros, ficando José Pedro Miranda com mais de 1m20s de vantagem para Fernando Teixeira e quase dez minutos sobre António Campos.
Fernando Teixeira ainda viria a recuperar uma boa parte dessa desvantagem, mas José Pedro Miranda, depois de vencer a última especial, garantia a vitória no Rali Sport Clube da Régua .