A segunda Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes tem data marcada de 18 de maio a 30 de novembro, estende-se a mais municípios e duplica o número de artistas, avançou hoje à Lusa a coordenadora executiva, Antónia Morais.
Depois da estreia em 2022 com epicentro em Macedo de Cavaleiros “quase de forma empírica e muito em cima do joelho”, segue-se esta segunda edição que teve quase dois anos de trabalho e que se alargou a concelhos vizinhos.
Além de Macedo de Cavaleiros, este ano há polos artísticos em Vinhais, Alfândega da Fé e Freixo de Espada à Cinta, todos no distrito de Bragança, “sempre ligados com a questão da sustentabilidade e do ambiente”, disse Antónia Morais.
“Intitulamo-nos de Bienal de Arte Contemporânea de Trás-os-Montes. Então, convidámos alguns municípios com quem já temos outros tipos de parcerias”, explicou Antónia Morais, acrescentando que têm o desejo de se continuar a expandir pela região.
O “título sugestivo” de “Linha de Água”, segundo Antónia Morais, continua a dar mote à bienal e surge porque o concelho pioneiro, Macedo de Cavaleiros, tem três selos UNESCO, dois dos quais ligados à sustentabilidade e ao ambiente.
“Importa-nos comunicar através da arte as preocupações ambientais e da sustentabilidade”, concretizou Antónia Morais.
Estão previstas exposições, de pintura e escultura, instalações artísticas, dança, circo contemporâneo, palestras ou oficinas, tudo acessível de forma gratuita, num programa mais vasto do que há dois anos.
“Uma preocupação gigante que temos com esta bienal é a envolvência da comunidade. As populações têm que participar. […] Queremos que as pessoas percebem que através da arte também se pode passar uma mensagem de preservação e harmonia com a Natureza”, enfatizou Antónia Morais.
Nesse sentido, Inês Falcão, diretora artística, rodeou-se de uma rede de curadores para chegar aos artistas que melhor vão ao encontro desta pretensão.
“[Pretende ser] uma bienal que agregue muitos artistas, sobretudo na comunidade. E a necessidade, até, de experimentar com a comunidade no terreno a contemplação e poder fazê-lo com os artistas residente. Esta vertente vai estar presente também no meio rural, de poder comunicar e trabalhar com os artistas e depois as obras ficarem expostas no centro das aldeias”, explicou Inês Falcão.
Na primeira edição participaram 70 artistas. Agora há já 150 artistas confirmados e o programa ainda não está fechado, com presenças de Portugal, mas também de Espanha, Reino Unido, Bélgica, Colômbia, Chile, Austrália, Porto Rico e Coreia do Sul.
Entre os nacionais, estão confirmados nomes como Jaime Silva, a comemorar 50 anos de carreira, Zulmiro de Carvalho, Isabel Sabino, Cabral Pinto, Elizabeth Leite ou Miguel Neves de Oliveira.
Miguel Moreira e Silva, nascido em Alenquer e a trabalhar em Bragança, propõe um trabalho ligado à 'land art', com “uma obra efémera que reflete sobre a limpeza florestal e o retorno à terra”, descreveu a organização, e que conta com Cláudia Pinheiro, Luís Silva e Nogueira de Barros na equipa que vai fazer uma das residências artísticas.
No panorama internacional estarão presentes, entre outros, Javier Tudela e Kiran Katara.