O Turismo de Portugal tem disponível uma licença para a abertura de um bingo em Bragança, onde nunca existiu uma sala oficial, mas o popular jogo fez parte do quotidiano local durante décadas.
Ao longo de mais de 30 anos, a população habituou-se ao «bingo do Desportivo» em espaços públicos e sem constrangimentos até que, no verão de 2002, uma operação policial desmantelou o jogo com que o Grupo Desportivo de Bragança (GDB) angariava receitas.
O Turismo de Portugal fez publicar, esta segunda-feira, em Diário da República, o anúncio da abertura do procedimento para a concessão de uma licença para exploração de uma sala de jogo do bingo no Distrito de Bragança, que permitirá a abertura do primeiro espaço legalizado nesta região.
A licença é extensível a todos os concelhos do Distrito de Bragança pelo prazo de dez anos e as propostas devem ser apresentadas nos próximos 60 dias, segundo as condições publicadas em Diário da república.
As salas de bingo existentes legais em Portugal pertencem a casinos ou clubes desportivos com maior capacidade financeira.
Clubes mais pequenos como o Desportivo de Bragança, socorrem-se do bingo ilegal para angariarem receitas com a colaboração da população, que nunca encarou a prática como condenável e participava para ajudar.
Há mais de uma década que o GDB abandonou o jogo, desde a operação policial e da inspeção de jogos que, em agosto de 2002, surpreendeu jogadores, promotores e assistência, numa noite de bingo ao ar livre, no jardim Dr António José de Almeida.
O caso mereceu a intervenção do então governador civil do Distrito de Bragança, José Manuel Ruano, que defendeu uma regulamentação específica para os pequenos clubes que tinham no bingo um «expediente para arranjar receitas», mas não tinham capacidade financeira para legalizar o jogo.