O bispo de Setúbal e atual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, foi hoje nomeado pelo Vaticano como novo bispo da diocese de Leiria-Fátima, substituindo o cardeal António Marto.
José Ornelas, 68 anos, foi nomeado bispo de Setúbal em 24 de agosto de 2015, substituindo no cargo Gilberto Canavarro dos Reis, sendo presidente da CEP desde 16 de junho de 2020.
Natural do Porto da Cruz, na ilha da Madeira, onde nasceu em 05 de janeiro de 1954, fez o seu percurso religioso na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), tendo sido ordenado padre em 09 de agosto de 1981.
Foi superior da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, cargo que assumiu em 01 de julho de 2000, tendo sido eleito superior geral dos Dehonianos em 27 de maio de 2003, cargo que ocupou até 06 de junho de 2015.
Especialista em Ciências Bíblicas, doutorado em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa, José Ornelas chegou a fazer formação missionária em Moçambique.
Quanto ao cardeal António Marto, que completa 75 anos em maio, alguns problemas de saúde terão contribuído para que tivesse pedido ao Vaticano a sua substituição, quando era esperado que continuasse mais algum tempo à frente da diocese de Leiria-Fátima.
António Marto nasceu em Tronco, Chaves, em 05 de maio de 1947, tendo estudado nos seminários de Vila Real e Maior do Porto, sendo ordenado padre em Roma, em 07 de novembro de 1971.
Especializado em Teologia Sistemática, na Pontifícia Universidade Gregoriana, concluiu o doutoramento em 1977 com tese sobre "Esperança cristã e futuro do homem. Doutrina escatológica do Concílio Vaticano II".
Depois de ter dado aulas no Seminário Maior do Porto e na Universidade Católica, foi nomeado bispo auxiliar de Braga em 10 de novembro de 2000 (a ordenação episcopal decorreu em Vila Real, em 11 de fevereiro de 2001), depois bispo de Viseu, em 22 de abril de 2004, e bispo de Leiria-Fátima, em 22 de abril de 2006.
Como titular da diocese de Leiria-Fátima recebeu no Santuário da Cova da Iria os papas Bento XVI, em 2010, e Francisco, em 2017, no âmbito do Centenário das Aparições de Fátima e da canonização dos videntes Francisco e Jacinta Marto.