Os bombeiros de Vila Pouca de Aguiar recebem este ano, em que comemoram o centésimo aniversário, uma medalha de ouro atribuída pelo Governo e um quartel novo, num investimento global de 1,5 milhões de euros.
Em 2017, os bombeiros de Vila Pouca de Aguiar celebram cem anos e, em reconhecimento pelo "exemplar percurso da sua existência ao serviço da comunidade e da proteção e socorro de populações", o Ministério da Administração Interna decidir conceder-lhes uma medalha de mérito de proteção e socorro, no grau ouro e distintivo azul.
O despacho, assinado pela ministra Constança Urbano de Sousa, foi publicado hoje em Diário da República.
"Esta medalha é uma circunstância da longa idade que esta casa tem. São cem anos aos serviços de todos aqueles que de nós precisam. No fundo, acaba por ser um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido por todos aqueles que passaram por aqui ao longo destes anos", afirmou à agência Lusa o presidente da associação humanitária, José Quinteiro.
Durante o primeiro semestre do ano do centenário, vai ser inaugurado o novo quartel que representa "uma aspiração antiga" para a associação humanitária.
Para José Quinteiro o novo edifício é "mais do que uma necessidade", pois as "atuais instalações já não têm as mínimas condições para o corpo ativo".
No entanto, o responsável lembrou as críticas ao novo espaço e lamentou as dificuldades causadas por um quartel com 99 escadas, o pouco espaço para o aparcamento das cerca de 30 viaturas e a própria localização.
O quartel envolve verbas na ordem de 1,5 milhões de euros destinadas ao edifício, que possui uma comparticipação comunitária de 85% através do Programa Operacional de Valorização do Território, e arranjos exteriores (pavimentação, parada, espaços verdes)
O edifício estende-se ao longo de quatro pisos e inclui espaços para aquartelar viaturas, camaratas mistas, sala de formação, sala de convívio, gabinetes de comando, salas de reunião e uma "casa escola" (espaço de simulação para ocorrências em edifícios.
José Quinteiro salvaguardou que, no entanto, o atual executivo municipal fez melhoramentos e colmatou "alguns erros do projeto".
A corporação possui 73 bombeiros no quadro ativo e, entre os serviços que desempenha, destacam-se o combate aos incêndios no concelho, que possui uma grande mancha florestal, ainda o transporte diário de doentes não urgentes e as saídas de socorro.
A comandante da corporação, Diana Silva referiu que, por ano, uma média de "cinco a 10 bombeiros" tem saído da associação porque migram ou emigram à procura de emprego. Para colmatar esta dificuldade, regularmente abre uma escola de estagiários para formar novos operacionais.
A responsável acredita que, com o novo edifício, haverá também melhores condições para atrair mais voluntários.
No distrito de Vila Real, o Ministério da Administração Interna decidiu conceder também uma medalha de mérito de proteção e socorro, no grau prata e distintivo azul, à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidago (Chaves), a propósito do seu 50.º aniversário.
Para Francisco Oliveira, presidente da direção dos bombeiros de Vidago, esta medalha é "uma honra" e representa uma "valorização do trabalho dos voluntários".
As comemorações dos 50 anos da corporação vão decorrer ao longo de 2017 e contemplam atividades como simulacros, concerto, provas de todo o terreno, está ainda previsto um torneio de golfe, um livro e a inauguração de um momento de homenagem aos bombeiros.
Francisco Oliveira referiu que estas iniciativas servem para divulgar o trabalho da corporação, para angariar verbas e ainda para alertar para os problemas e dificuldades.
O presidente lamentou que não tenha sido aprovada uma candidatura para aquisição de uma viatura de combate aos incêndios porque Vidago "não tem população".
Francisco Oliveira disse que apresentou uma reclamação ao gestor do Portugal 2020 e afiançou que os bombeiros vão "onde são precisos" e não se limitam a atuar na sua área territorial.